Política monetária

Campos Neto diz ser incerto o nível de corte de juros em junho

Uma das incertezas que preocupa é o crescimento da renda real sobre a inflação de serviços

Campos Neto sobre Brasil
Foto: Roberto Campos Neto / Banco Central

Roberto Campos Neto, presidente do BC (Banco Central), reiterou que a falta de visibilidade econômica deixa incerta a magnitude da redução da Selic na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), em junho. 

Em entrevista coletiva, durante o Relatório Trimestral de Inflação, Campos Neto disse ser pela incerteza que o BC retirou o “foward guidance” para a decisão de junho. Pois eles não têm uma “visão tão clara”.

“Quando a gente não tem uma visibilidade tão clara, entende-se que fica um pouco dependente do que acontecerá até lá (junho)”, declarou o presidente do BC, de acordo com o InfoMoney.

Ainda segundo ele, o “forward guidance” é um recurso que leva bom benefício, quando há convicção de que o cenário será consolidado. Quando há mudanças, aparece o risco maior de volatilidade.

Uma das incertezas que preocupa é o crescimento da renda real sobre a inflação de serviços, isto porque, o aumento dos preços em alimentos é visto como localizado. 

Campos Neto reforçou que não existe um racha entre os integrantes do Copom e que todas as últimas decisões foram unânimes. Na sua avaliação, os membros levaram temas diferentes para a reunião e o BC dar mais transparência sobre a discussão é algo natural. 

“A gente entendeu que tinha uma incerteza maior sobre alguns temas. Aqui é importante enfatizar que o Copom não está dividido”, completou Campos Neto.

Campos Neto: meta de inflação caminha “dentro do estipulado”

O presidente do BC (Banco Central)Roberto Campos Neto, disse, durante apresentação do RTI (Relatório Trimestral de Inflação) nesta quinta-feira (28), que o caminho para alcançar a meta da inflação está “dentro do estipulado” pelo Governo Federal.

Campos Neto ressaltou ainda que o objetivo é levar a inflação até a meta com “o mínimo de custos para a sociedade e em termos de “crescimento, desemprego e retração de crédito”.

“Quando a gente olha para o que foi feito no último um ano e meio, o Brasil está fazendo a inflação convergir, ainda que a última milha seja mais dolorida. O BC promoveu um processo de convergência a um custo muito baixo”, afirmou.

De acordo com o dirigente do BC, a autoridade monetária fez um bom trabalho quanto à convergência da inflação a um baixo custo.