Economia

Campos Neto elogia Haddad pelo esforço em vitórias no Congresso

Presidente do BC tambem falou de sua relação com o governo Lula

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, elogiou a atuação de Fernando Haddad à frente do Ministério da Fazenda. O chefe da autoridade monetária atribuiu ao esforço de Haddad o avanço das pautas econômicas do governo no Congresso Nacional.

“A gente reconhece que tem um grande esforço do ministro Haddad. Eu tenho falado com ele e vejo como é difícil a negociação lá no Congresso para aprovação das reformas. E nesta semana tiveram várias vitórias importantes nesse sentido. Então, acho que a gente sai da semana com boas notícias”, disse Campos Neto, em coletiva de divulgação do Relatório Trimestral de Inflação nesta quinta-feira (21)..

O Congresso aprovou, nesta semana, a Medida Provisória (MP) nº 1.185/2023, chamada MP das Subvenções, que altera a regra para tributação de grandes empresas que recebem benefícios fiscais nos estados, as chamadas subvenções, e deve render R$ 35 bilhões aos cofres públicos.

Outras medidas arrecadatórias aprovadas pelo governo nos últimos meses devem ajudar a equipe econômica a cumprir a meta fiscal de déficit zero em 2024.

Governo Lula

Questionado sobre a avaliação de seu primeiro ano sob o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Campos Neto disse que a interação evoluiu e este foi o primeiro teste da autonomia do BC. Com a lei de autonomia do Banco Central, de 2021, ele é o primeiro presidente do Banco Central não indicado pelo presidente de turno.

Ao longo do ano de 2023, Lula fez uma série de críticas a ele e o acusou de alinhamento ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O árbitro foi Haddad, que buscou uma aproximação com o chefe da autoridade monetária, e o tom do presidente da República foi amenizado após iniciado o ciclo de cortes na taxa básica de juros, a Selic.

“Acho que a avaliação é positiva. É o primeiro teste da autonomia. Um teste em que a gente aprendeu muito, acho que de todos os lados”, avaliou Campos Neto. “O convívio eu acho que se mostrou muito técnico. Ao longo do ano, cada vez mais, o governo foi vendo quão técnico o trabalho do Banco Central era e o quão o Banco Central, em geral, estava disposto a ajudar para fazer esse crescimento, essa recuperação do Brasil na forma mais estável possível. A gente tende a ajudar de todas as formas sempre.”