Ruídos foram prejudiciais

Campos Neto espera melhora nas expectativas do IPCA

Segundo ele, a percepção de expectativas desancoradas ajudou na decisão do BC em reduzir o ritmo de corte de juros

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Roberto Campos Neto, presidente do BC (Banco Central), afirmou nesta segunda-feira (27) que o aumento das expectativas para a inflação se deve aos ruídos recentes. Contudo, ao longo do tempo o cenário deve estabilizar e melhorar posteriormente, no entendimento da autoridade monetária.

Campos Neto ressaltou também, no decorrer de um evento em São Paulo, que perceber que as expectativas estavam desancoradas foi muito importante para a decisão do BC em cortar o ritmo de relaxamento da política monetária. 

O executivo citou, segundo a Reuters, que os ruídos relacionados às contas públicas do País, junto a credibilidade do Banco Central e às especulações quanto ao compromisso fiscal foram fatores de contribuição à desancoragem.

O socorro de emergência ao Rio Grande do Sul após as enchentes geraram incertezas sobre o impacto fiscal, sendo outro fator de ruído, segundo Campos Neto.

No entanto, ele considerou, ainda, que as dúvidas também devem diminuir com o tempo. Conforme o presidente do BC, a inflação brasileira está convergindo à meta, se comportando de forma benigna no curto prazo.

Os resultados gerados por alterações climáticas também foram citados por Campos Neto como uma preocupação. Ele ressaltou que os efeitos podem influenciar a atuação da autoridade monetária do Brasil.

Segundo ele, tais variações podem desorganizar os preços de alimentos, a logística e a estabilidade financeira.

Expectativas de inflação têm sido “notícia ruim”, diz Campos Neto

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, disse anteriormente, na sexta-feira (24), que as expectativas em relação à inflação tem sido uma notícia “bastante ruim” para a autarquia.

Ainda segundo Campos Neto, há uma possível piora na percepção de risco do Brasil.

“Mais recentemente, a gente viu que as curvas longas (de juros) norte-americanas voltaram e a taxa terminal até voltou um pouco, mas o Brasil não melhorou quase nada. Então parece que nesse movimento a gente ficou um pouco na contramão do mundo emergente, o que sugere que se adicionou prêmio (de risco) específico de Brasil na curva”, afirmou.