Reunião do Copom

Campos Neto evita falar sobre aumento dos juros 

Segundo Campos Neto, a mensagem dos membros do colegiado tem sido a mesma desde a divulgação da ata do Copom

Campos Neto
Presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto/ Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, evitou comentar nesta terça-feira (20) se o Copom (Comitê de Política Monetária) elevará a taxa de juros na próxima reunião, prevista para os dias 17 e 18 de setembro.

Segundo Campos Neto, a mensagem dos membros do colegiado tem sido a mesma desde a divulgação da ata do Copom. As declarações foram feitas no Macro Day, evento organizado pelo banco BTG Pactual (BPAC11).

“Na verdade, eu tenho tentado passar, pelo menos, a mesma mensagem que passamos na ata. Não mudou nada. De lá para cá, a gente teve um pouquinho de dados mais fortes no cenário local. Uma grande volatilidade lá fora e um cenário externo que eu acho que está melhor do que estava antes”, disse Campos Neto, de acordo com a “Exame”.

As suas afirmações foram em resposta ao questionamento do CEO do BTG, Roberto Sallouti, que perguntou sobre a melhora nos preços de mercado, com queda no valor do dólar e redução das expectativas de inflação.

Além disso, Campos Neto também trouxe sinalizações sobre as apostas do mercado, que, segundo ele, em vários momentos desconsideram a conjuntura e consideram unicamente a mensagem oficial.

“É curioso porque o banqueiro central é sempre acusado de ser hawkish demais ou dovish demais”, pontuou.

Campos Neto vê ‘desaceleração organizada’ nos EUA

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), vê que o cenário dos EUA deve prevalecer com um pouso suave ou uma “desaceleração organizada” e “nesse sentido, acho que melhorou a parte externa”. 

Considerando o cenário global, Campos Neto ressaltou que há fatores como a eleição americana, a fragmentação de mercado e o tema da China, que a médio prazo podem ser pontos inflacionários, mas afirmou que a parte externa melhorou.

“Para mim o principal risco era não ter essa queda de juros (nos EUA) ou que ela se adiasse muito e você tem esses juros mais altos sobre uma dívida muito grande, extrai liquidez do mercado em um volume muito grande em uma velocidade muito rápida e isso é onde eu tinha uma preocupação grande que poderia gerar movimentos disruptivos em mercado emergente”, disse o presidente do BC em evento do BTG Pactual (BPAC11).