Cenário "desafiador"

Campos Neto faz alertas sobre inflação e fiscal em Jackson Hole

O presidente do BC, cujo mandato encerra em dezembro, palestrou na conferência anual do Fed, em Jackson Hole, no sábado (24)

Campos Neto
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, palestrou na conferência anual do Fed (Federal Reserve), em Jackson Hole, no sábado (24). O dirigente do BC fez alertas sobre a inflação no Brasil e as questões fiscais.

Campos Neto disse que tem sido “desafiador ter um processo de desinflação com o mercado de trabalho aquecido, especialmente em mercados emergentes como o Brasil”.

Além disso, o presidente do BC afirmou que será mais difícil discutir transmissões monetárias sem abordar questões fiscais.

No Brasil, 50 milhões de pessoas estão “ganhando dinheiro do governo, em comparação com 43 milhões de pessoas que são empregados e empresários”, acrescentou.

“Precisamos pensar em uma estratégia precisa e compreender a eficiência desses programas governamentais, especialmente nos países de mercados emergentes, e o que isso fez com a dívida”, destacou, sem citar diretamente o governo Lula.

Campos Neto também pontuou que a desaceleração da economia da China pode impactar o Brasil através de um choque nos termos de troca ou de preços mais baixos de importação de produtos chineses, embora o efeito líquido dependa da dimensão da desaceleração.

Em julho, o Copom manteve a taxa de juros inalterada em 10,5% pela segunda vez consecutiva, mas a retórica foi endurecida, citando a necessidade de ainda maior cautela e acompanhamento diligente dos fatores condicionantes da inflação.

A próxima reunião acontece de 17 a 18 de setembro.

Campos Neto evita falar sobre aumento dos juros 

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, evitou comentar na última terça-feira (20) se o Copom (Comitê de Política Monetária) elevará a taxa de juros na próxima reunião, prevista para os dias 17 e 18 de setembro.

Segundo Campos Neto, a mensagem dos membros do colegiado tem sido a mesma desde a divulgação da ata do Copom. As declarações foram feitas no Macro Day, evento organizado pelo banco BTG Pactual (BPAC11).

“Na verdade, eu tenho tentado passar, pelo menos, a mesma mensagem que passamos na ata. Não mudou nada. De lá para cá, a gente teve um pouquinho de dados mais fortes no cenário local. Uma grande volatilidade lá fora e um cenário externo que eu acho que está melhor do que estava antes”, disse Campos Neto.


Acesse a versão completa
Sair da versão mobile