Durante evento promovido pelo YPO (Young Presidents Organization) nesta sexta-feira (26), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, elogiou a atuação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no controle dos gastos públicos.
Campos Neto ponderou, no entanto, que o país precisa ser “mais eficiente” nos gastos e fazer revisões nos programas.
“Eu (Brasil) preciso ser mais eficiente nos meus gastos. Ou seja, eu preciso ter revisões nos programas. O ministro (Fernando) Haddad tem feito uma força enorme na parte fiscal. É muito fácil falar sobre corte de gastos, escrever artigos, mas é muito difícil, porque o discricionário é muito pequeno”, disse.
De acordo com o presidente do BC, a alternativa do governo Lula de buscar equilíbrio aumentando as receitas federais e reduzindo o chamado “gasto tributário”, é “limitada”.
“A capacidade de arrecadação, de equilibrar os gastos pelo lado da receita, é muito limitada. Porque sua carga tributária já é alta. O problema é que se você sobe a carga a partir de um ponto, você entra em uma área de inflexão onde mais imposto significa menor crescimento e menos arrecadação. Não mais arrecadação”, declarou.
Campos Neto falou ainda sobre a alteração da meta fiscal, o que, segundo ele, aumenta a insegurança em relação ao controle fiscal brasileiro.
Taxa de juro real no Brasil é alta, mas vem caindo, sinaliza Campos Neto
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), destacou que a taxa de juros real no Brasil historicamente é mais elevada, mas ressaltou que vem diminuindo.
Campos Neto criticou comparações diretas entre as taxas de juros do Brasil e de outros países, como o Chile, enfatizando a importância de considerar o esforço monetário em vez de focar apenas nas taxas de juros, já que o juro real pode levar a conclusões equivocadas.
“Essa narrativa de que os juros estão absurdamente altas não é verdade. Quando a gente olha o histórico dos juros e o esforço monetário, vemos que isso não é real”, disse Campos Neto, durante palestra no evento “Cenário e Perspectivas para o Brasil”, promovido pelo Young Presidents Organization (YPO).
Ele ressaltou a importância de o Brasil avançar com as reformas e evitar retrocessos nas medidas já implementadas.