Prévia da inflação

Campos Neto: IPCA-15 veio melhor, mas não dá conforto

O presidente do BC reiterou que a autarquia fará "o que for preciso" para atingir a meta da inflação de 3%

Campos Neto
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, disse, durante conferência anual do Santander nesta quarta-feira (28), que o IPCA-15 de agosto veio melhor que o anterior, mas ainda não dá conforto

O indicador considerado prévia da inflação oficial do Brasil, divulgado na terça-feira (27), mostrou uma alta de 0,19%, um recuo em comparação à taxa de 0,30% em julho. O acúmulo de 12 meses até agosto é de 4,35%, abaixo dos 4,45% observados nos 12 meses acumulados até julho.

A meta perseguida pelo governo é de uma inflação de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Portanto, o limite “aceitável” é de 4,5%.

Campos Neto destacou que, ao redor do mundo, os núcleos de inflação (que excluem itens que possam ter choques específicos, como alimentos e energia) estão em queda.

Os núcleos de inflação continuam em queda em quase todos os lugares do mundo, mas existe uma dúvida em quanto podemos comemorar globalmente”, disse o presidente do BC.

Ele chamou atenção para o tema de mão de obra, que é global, mas influencia também o Brasil. “Quando a gente olha o desemprego observado contra o projetado, basicamente em todos lugares do mundo a gente teve uma surpresa positiva do emprego,” disse.

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Campos Neto faz alertas sobre inflação e fiscal em Jackson Hole

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, palestrou na conferência anual do Fed (Federal Reserve), em Jackson Hole, no sábado (24). O dirigente do BC fez alertas sobre a inflação no Brasil e as questões fiscais.

Campos Neto disse que tem sido “desafiador ter um processo de desinflação com o mercado de trabalho aquecido, especialmente em mercados emergentes como o Brasil”.

Além disso, o presidente do BC afirmou que será mais difícil discutir transmissões monetárias sem abordar questões fiscais.

No Brasil, 50 milhões de pessoas estão “ganhando dinheiro do governo, em comparação com 43 milhões de pessoas que são empregados e empresários”, acrescentou.

“Precisamos pensar em uma estratégia precisa e compreender a eficiência desses programas governamentais, especialmente nos países de mercados emergentes, e o que isso fez com a dívida”, destacou, sem citar diretamente o governo Lula.