O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira (26) que existe um quadro de expansão fiscal em todo o mundo, e não só no Brasil. Contudo, por aqui, o incômodo do mercado reside na percepção de ausência de transparência sobre o tema, o que gerou aversão ao risco.
Segundo Campos Neto, são essas dúvidas em relação ao cenário fiscal, além de questões do mercado referentes à credibilidade da política monetária no curto prazo, que podem explicar a elevação da curva de juros no Brasil.
Em entrevista para explicar o Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta quinta-feira, ele lembrou que, em um evento recente do qual participou, declarou que vê um exagero na precificação dos riscos fiscais, considerando a situação de outras economias e o esforço realizado pelo governo para equilibrar as contas públicas.
Campos Neto também afirma que, ao comparar dados do Brasil com os de outros países, é possível observar expansão fiscal, mas os números domésticos não estão piores. “Aquele aumento de prêmios pode ser explicado por percepção de menor transparência fiscal”, disse Campos Neto, de acordo com o “InfoMoney”.
Campos Neto: ‘Brasil é um dos poucos emergentes com alta nos juros’
O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, destacou, em evento realizado na manhã na terça-feira (24) pelo Banco Safra, o Brasil em meio ao cenário atual das políticas monetárias globais, em relação a outros países emergentes.
De acordo com Campos Neto, o Brasil é um dos poucos países emergentes, ao lado da Rússia, que ainda enfrenta uma precificação de alta de juros, em um contexto em que muitas economias já iniciaram o ciclo de cortes.
“A gente tem, de uma forma geral, uma precificação que acompanha os EUA com alguma diferença entre os países desenvolvidos. E no mundo emergente, infelizmente o Brasil é um dos únicos, junto com a Rússia, que tem uma precificação de alta de juros”, explicou Campos Neto.