Roberto Campos Neto, presidente do BC (Banco Central), afirmou nesta segunda-feira (18) que a queda na produtividade é um desafio global. O executivo pontuou que vê o envelhecimento da população como um problema fiscal.
Campos Neto comentou sobre as dificuldades que os países estão enfrentando para pagarem suas dívidas públicas, que aumentaram significativamente após a pandemia do novo coronavírus.
“Os países fizeram grandes e necessários programas de enfrentamento ao Covid. A dívida global é muito alta. O mundo enfrenta desafios de produtividade, que está em queda em todos os lugares, menos nos Estados Unidos. A população do mundo está envelhecendo, esse é o grande desafio coletivo”, disse o presidente do BC em participação no evento do Insper, segundo a “CNN Brasil”.
Dados do FMI (Fundo Monetário Internacional), indicam que a dívida pública global deve ultrapassar os US$ 10 trilhões em 2024 pela primeira vez.
Campos Neto comentou sobre o tema enquanto corre a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que prevê o fim da escala de trabalho 6×1 — uma folga a cada seis dias de trabalho. Ele já disse ver a pauta com “muita preocupação”.
Campos Neto: Brasil não deve ser tão afetado por políticas de Trump
O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, afirmou que a vitória de Donald Trump nas eleições dos EUA não deve impactar o Brasil de forma tão significativa quanto outros mercados emergentes, como China e México.
Segundo Campos Neto, ainda que a valorização do dólar possa afetar algumas regiões, o Brasil deve sofrer menos com esses efeitos.
“Temos o problema [das tarifas comerciais] na China e no México, mas o Brasil está muito distante disso. Obviamente, um dólar mais forte vai afetar os mercados emergentes, mas minha visão é de que o Brasil seria menos afetado”, comentou Campos Neto em participação por videoconferência no evento promovido pelo Valor Capital Group, conforme publicado pelo “Valor Econômico”.
A combinação possível entre a política tarifária de Trump, a redução de trabalhadores imigrantes nos EUA e a expansão fiscal por meio do corte de impostos aponta para um cenário inflacionário, segundo a avaliação de Campos Neto.
Além disso, o presidente do BC aproveitou o momento para discutir a questão fiscal no Brasil. Para ele, o alto prêmio de risco no país cria um contexto onde uma política fiscal mais contracionista pode, paradoxalmente, gerar efeitos expansionistas nas condições financeiras.