Agenda consolidada

Campos Neto vê continuidade da agenda de inovação do BC com Galípolo

Campos Neto comentou que é natural cada gestor imprimir seu ritmo e direcionamento em agendas da Casa, mas inovação do BC está consolidada "há algum tempo"

Roberto Campos Neto, presidente do BC
Roberto Campos Neto, presidente do BC / Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Roberto Campos Neto, presidente do BC (Banco Central), afirmou nesta segunda-feira (4) que a agenda de inovação e tecnologia com a qual a autarquia trabalha atualmente deve seguir após a posse de Gabriel Galípolo, atual Diretor de Política Monetária, no comando da autoridade monetária em 2025.

Campos Neto comentou que é natural cada gestor imprimir seu ritmo e direcionamento em agendas da Casa, mas ele também destacou que no caso da inovação do BC há consolidação ‘há algum tempo”.

“A gente tem agora várias coisas que precisam se encontrar nesse âmbito de inovação e tecnologia, que é o encontro final entre Drex, Pix, Open Finance e internacionalização, isso já está acontecendo, não vejo esse movimento sendo interrompido”, disse o presidente do BC.

O executivo participou do evento promovido pelo Google Brasil para apresentar a funcionalidade do Pix por aproximação nos sistemas da companhia.

“Tenho certeza de que o Gabriel vai imprimir suas ideias ao longo da sua gestão, mas acho que isso está dado, o BC vai inovar”, prosseguiu Campos Neto.

Além disso, o executivo também afirmou durante a apresentação, que o BC vai implementar uma funcionalidade de rastreamento, bloqueio e devolução de valores do Pix, ações que integram a agenda para coibir fraudes, mas não detalhou o instrumento.

Campos Neto: novo pacote fiscal pode ajudar política de juros

A política monetária pode sentir um grande efeito vindo do pacote com medidas fiscais prometido pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Isso se for capaz de gerar uma mudança grande o suficiente em variáveis observadas pelo BC (Banco Central) na hora de definir a Selic, disse o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, nesta segunda-feira (28).

O executivo esteve em reunião com investidores organizada pelo Deutsche Bank, em Londres. Na ocasião, ele afirmou que o fiscal e a política monetária não têm relação mecânica, mas há a possibilidade de afetação no prêmio de risco, taxas longas de juros e câmbio. 

“Tem que ser algo que produza uma mudança nas expectativas que seja grande o suficiente para reverter o prêmio de risco, a expectativa de inflação e a curva longa de juros, e isso alimentaria a função de reação (do BC) de maneira positiva”, disse Campos Neto.

“Se você tem um choque positivo, vai influenciar a curva longa de juros, as taxas de juros, o câmbio, as expectativas. E essas variáveis são importantes para nossa função de reação”, prosseguiu.

O presidente do BC reiterou, durante a apresentação, que se o Brasil quer ter juros estruturalmente mais baixos, medidas que o mercado interprete como um choque fiscal positivo são necessárias. 

Anteriormente, a equipe econômica do governo previu que após o término das eleições municipais seria anunciado um novo pacote de contenção de gastos públicos, mirando tornar o arcabouço fiscal sustentável e melhorar a trajetória da dívida pública.

Campos Neto também apontou que têm visto uma piora recente nos prêmios de risco mais relacionados ao tema fiscal, especialmente pela percepção do mercado sobre o afrouxamento das metas fiscais a partir de 2025.