Inflação

Campos Neto vê 'desaceleração organizada' nos EUA

Considerando o cenário global, Campos Neto ressaltou que há fatores como a eleição americana e outros pontos que impactam a inflação

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), vê que o cenário dos EUA deve prevalecer com um pouso suave ou uma “desaceleração organizada” e “nesse sentido, acho que melhorou a parte externa”. 

Considerando o cenário global, Campos Neto ressaltou que há fatores como a eleição americana, a fragmentação de mercado e o tema da China, que a médio prazo podem ser pontos inflacionários, mas afirmou que a parte externa melhorou.

“Para mim o principal risco era não ter essa queda de juros (nos EUA) ou que ela se adiasse muito e você tem esses juros mais altos sobre uma dívida muito grande, extrai liquidez do mercado em um volume muito grande em uma velocidade muito rápida e isso é onde eu tinha uma preocupação grande que poderia gerar movimentos disruptivos em mercado emergente”, disse o presidente do BC em evento do BTG Pactual (BPAC11).

Para o mandatário do BC, há uma dessincronização da política monetária, mas a percepção de “fiscal cliff” está sincronizada, “ou pelo menos de uma melhora fiscal no mundo”.

Campos Neto tem conversado sobre uma desaceleração fiscal em vários lugares do mundo, em reuniões com agentes do setor financeiro. 

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“É curioso que essa desaceleração é menos do que os mercados gostariam quando a gente pega um ano atrás, mas é mais do que se pensava há 2, 3 meses atrás e o Brasil está em situação meio parecida com isso. Você tem uma desaceleração fiscal, eu acho que está encomendada”, disse.

BC tem votado de forma coesa, diz Campos Neto

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, declarou que a diretoria do BC tem votado de maneira coesa e unânime, evidenciando o comprometimento com a meta de inflação. Ele também expressou confiança de que esse compromisso será mantido mesmo após o término de seu mandato.

Durante a cerimônia da Ordem dos Economistas do Brasil, o presidente destacou que os indicadores atuais da economia estão mais positivos do que sugerem os preços de mercado.

Ele também mencionou que há atualmente “um problema de expectativa com relação às políticas futuras,” tanto fiscais quanto monetárias.

De acordo com ele, o Banco Central tem mantido uma abordagem técnica, visando reduzir incertezas no mercado.