Contas públicas

Campos Neto: vejo bastante vontade de Haddad em cortar gastos

“Temos muitos recursos e possibilidades de fazer correções de rotas", disse Campos Neto; para ele a realidade fiscal do Brasil não é um desastre

Presidente do Banco Central,  Roberto Campos Neto (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira (18) que enxerga “bastante vontade” no ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), em seguir com os planos de corte de gastos.

“Acho que o governo está bastante esforçado, vejo bastante vontade do ministro Haddad de fazer (um pacote de corte de gastos)”, disse Campos Neto durante o evento do Insper.

Na avaliação do presidente do BC, a realidade fiscal do Brasil não é um desastre.

“Temos muitos recursos e possibilidades de fazer correções de rotas. Essas correções têm que ser feitas mais através da parte de gastos que da parte de receitas”, disse Campos Neto, segundo a “CNN Brasil”.

Além disso, o executivo também destacou que economistas apontaram que o pacote de revisão de gastos deveria evitar uma combinação de ajustes ligados às receitas e despesas. 

“Estamos em uma situação em que o mercado anseia muito por esse choque positivo. É muito difícil produzir uma situação de juros mais baixos de forma estrutural se não houver uma percepção de fiscal equilibrado”, concluiu Campos Neto.

Campos Neto: inflação tem mostrado dificuldade para atingir meta

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira (14) que a inflação tem mostrado dificuldade para convergir à meta.

O comentário de Campos Neto considerou o tom da ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC, divulgada durante a semana. O documento mostrou que a projeção da autarquia para o horizonte da inflação relevante para a política monetária cresceu de 3,5% para 3,6%.

“Temos isto, números de IPCA um pouco piores na ponta”, disse Campos Neto. “As expectativas são a parte que gera mais preocupação”, completou. O executivo participou da abertura do 12.º Fórum Liberdade e Democracia de Vitória, onde também foi homenageado pelos idealizadores.

Campos Neto citou também a necessidade de ajuste fiscal como complemento à política monetária mantida pelo BC.

“Se a gente não entender que precisa fazer o ajuste pelo lado dos gastos, a gente acaba interditando o debate, acaba fazendo com que esse prêmio de risco (sobre ativos como juros e dólar no mercado futuro) fique maior por mais tempo”, afirmou, segundo a “CNN Brasil”.

“Isso é muito prejudicial para a convergência da inflação e para um ambiente de juro mais baixo, mais estável”, prosseguiu o presidente do BC.