A quantidade de carne brasileira exportada para os Estados Unidos ultrapassou as 70 toneladas em janeiro e fevereiro, um avanço de 446% ante o mesmo período de 2021, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Pela primeira vez, o volume ultrapassou o de grandes parceiros comerciais norte-americanos no primeiro bimestre de 2022. O Brasil ganhou contra cerca de 66 mil toneladas do Canadá, 59 mil toneladas do México, 29 mil toneladas da Nova Zelândia e 29 mil toneladas da Austrália.
Esse movimento indica avanços significativos sobre a relação comercial entre Brasil e EUA nesse setor, na qual se destaca, historicamente, uma postura protecionista por parte dos Estados Unidos, declarou Vinicius Vieira, professor relações internacionais da FAAP.
Nos últimos anos, os EUA suspenderam mais de uma vez a importação de carne bovina fresca vinda do Brasil.
Segundo especialista, o avanço pode ser reflexo de um movimento sazonal e tem relação com três fatores principais: dificuldades em mercado aliados dos EUA, dificuldades internas nos EUA e a força da agricultura brasileira.
“Os EUA passam agora pelo inverno, isso gera uma espécie de entressafra, período que também afeta seus principais fornecedores, como México e Canadá. No longo prazo, isso é consequência da internacionalização do setor de carne bovina, que demandou grandes investimentos brasileiros”, diz.
Além disso, um fator que pode também ter contribuido é o recorde de pedidos de demissões, onde
os trabalhadores do setor de pecuária fazem parte desse movimento, refletindo em uma redução na produção local.
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