Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional, afirmou que o avanço forte do dólar por um lado reflete “ruídos internos sobre a compreensão” do pacote fiscal do governo, mas também fruto de um cenário externo mais desafiador.
Após o Tesouro divulgar os resultados das contas públicas em outubro, o secretário concedeu entrevista à imprensa.
“Tem movimentos que são recorrentes de ruído interno sobre compreensão do pacote, mas tem também o cenário externo mais desafiador, em especial com os sinais vindo dos Estados Unidos”, disse Ceron.
Para Ceron, o risco de um quadro de inflação global maior, por conta das políticas prometidas pelo presidente eleito nos EUA, Donald Trump, é o que gera reprecificação de ativos no mundo inteiro.
“Todas as moedas estão passando por um processo como esse”, frisou o executivo, segundo o “Valor”.
“Claro que o dólar merece atenção e cuidado devido, mas medidas tomadas e que serão tomadas darão consistência para que as coisas continuem bem no país”, finalizou, ao se referir às medidas que o governo federal adotou para conter os gastos públicos.
Governo caminha para cumprimento da meta fiscal, diz Rogério Ceron
Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional, reafirmou nesta terça-feira (3) que o governo está encaminhando para cumprir a meta fiscal deste ano — de déficit zero.
No entanto, as contas do governo ainda podem chegar a um déficit de até 0,25 ponto percentual do PIB (Produto Interno Bruto). A última previsão é de um déficit de R$ 27,7 bilhões.
Além disso, sobre os números de outubro, Ceron afirmou que o resultado “foi expressivo”. O governo central registrou superávit primário de R$ 40,8 bilhões em outubro, conforme divulgado nesta terça-feira pelo Tesouro Nacional.
O secretário do Tesouro destacou, durante a entrevista, que as receitas administradas no mês cresceram 14,5%, de acordo com o “Valor”.