As ações chinesas registraram uma queda acentuada no primeiro pregão de 2025, marcando o início de ano mais fraco desde 2016. O índice CSI 300, que reúne as principais empresas de capital aberto na China, recuou 2,9%, enquanto o Shanghai Composite caiu 2,7%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng teve uma desvalorização de 2,2%.
Esse desempenho negativo foi influenciado por dados industriais abaixo das expectativas. A atividade manufatureira chinesa em dezembro cresceu em um ritmo mais lento do que o previsto, com as vendas sendo impactadas pela redução nos pedidos de exportação, refletindo preocupações sobre as perspectivas comerciais.
No ano anterior, as ações chinesas haviam registrado seu primeiro ganho anual após três anos consecutivos de declínio, impulsionadas por pacotes de estímulo que elevaram a confiança dos investidores. Contudo, o início de 2025 trouxe incertezas.
Futuro incerto
Minyue Liu, especialista em investimentos em ações da Grande China no BNP Paribas Asset Management, destacou que o período até março é particularmente incerto, já que o próximo grande evento político, o Congresso Nacional do Povo, ocorrerá nesse mês. Espera-se que, durante o congresso, sejam anunciadas metas de crescimento e novas medidas de estímulo governamental. Até lá, sem dados macroeconômicos sólidos ou anúncios significativos de políticas, o mercado pode apresentar maior volatilidade.
Setores específicos também sentiram o impacto. As ações do setor financeiro caíram 3,5%, e as de tecnologia recuaram 4,3%. O setor imobiliário, apesar de um ligeiro aumento nos preços de novas residências em dezembro, viu suas ações caírem 2,4%.
Um destaque negativo foi a Sun Art, rede de hipermercados, cujas ações despencaram 20% após o Alibaba anunciar a venda de sua participação majoritária para a empresa de private equity DCP Capital. Consequentemente, as ações do Alibaba também registraram uma queda de 1,3%. As gigantes de tecnologia listadas em Hong Kong, representadas pelo índice Hang Seng Tech, recuaram 2,5%.