Em mais um capítulo da guerra comercial, a China respondeu às medidas adotadas pelos EUA e anunciou, nesta sexta-feira (11), um novo aumento nas tarifas sobre produtos americanos.
A taxa, que estava em 84%, será elevada para 125% a partir deste sábado (12). A decisão é uma resposta direta à elevação promovida por Donald Trump dois dias antes, na quarta-feira (9), quando aumentou as tarifas sobre produtos chineses de 104% para 125%, mesmo suspendendo, por 90 dias, a aplicação de tarifas para diversos outros países.
A escalada nas tensões foi alimentada por declarações anteriores de Pequim, que já havia classificado as medidas norte-americanas como “assédio econômico” e prometido contramedidas à altura.
Em reação à retórica chinesa, Trump contra-atacou ampliando ainda mais as tarifas, chegando a um patamar de 145% sobre produtos importados da China.
Apesar da dureza da resposta atual, o governo chinês indicou que não pretende seguir elevando suas tarifas caso os EUA voltem a intensificar a pressão.
“Dado que, com este nível de tarifas, os produtos dos EUA exportados para a China não têm mais chance de serem aceitos no mercado (se Washington continuar a aumentar suas tarifas), a China vai ignorar isso”.
Diplomacia Chinesa em Meio à Guerra Comercial
Paralelamente às disputas com os EUA, o presidente Xi Jinping ampliou o campo diplomático e fez um apelo à União Europeia.
Durante encontro em Pequim com o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, Xi pediu uma frente comum contra a postura americana, destacando a importância de uma ação coletiva.
“A China e a UE devem assumir suas responsabilidades internacionais, proteger conjuntamente a globalização econômica (…) e resistir conjuntamente a qualquer assédio unilateral”, disse o Ministério das Finanças, a Comissão Tarifária chinesa em comunicado.
Com isso, a China envia sinais de que, ao mesmo tempo em que endurece com Washington, tenta consolidar alianças estratégicas com outros blocos econômicos para isolar a política tarifária de Trump no cenário global.