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China: esquemas de financiamento injetarão R$ 634 bi no mercado de ações

Anúncio foi feito após reguladores pedirem a implementação de políticas expansionistas para apoiar a economia e os mercados de capitais

China
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O banco central da China deu início a dois esquemas de financiamento nesta sexta-feira (18) que injetarão, inicialmente, até 800 bilhões de iuanes (US$ 112,38 bilhões, ou R$ 634 bilhões) no mercado de ações.

O anúncio foi feito depois que os reguladores financeiros da China realizaram uma reunião com as principais instituições financeiras, instando-as a implementar rapidamente políticas expansionistas para apoiar a economia e os mercados de capitais.

De acordo com o esquema de swap, inicialmente no valor de 500 bilhões de iuanes, as corretoras, os gerentes de ativos e as seguradoras podem obter liquidez do banco central por meio da garantia de ativos para comprar ações.

Atualmente, 20 empresas foram aprovadas para participar do esquema e as solicitações iniciais ultrapassaram 200 bilhões de iuanes, informou o banco central.

“O esquema de swap se tornará um estabilizador do mercado”, já que a demanda pela ferramenta aumenta quando as ações são vendidas em excesso, mas o apetite naturalmente diminui quando o mercado se recupera, disse a Xinhua Financial em um artigo nesta sexta-feira.

Além disso, as instituições podem usar a ferramenta para acessar liquidez em uma queda no mercado de ações sem ter que vender ações, em uma espiral descendente.

De acordo com o mecanismo, os ativos, incluindo títulos, ETFs de ações e participações em componentes do índice CSI300, podem ser trocados por ativos de alta liquidez, como títulos do Tesouro e do banco central, facilitando o acesso dos participantes ao financiamento.

O banco central também lançou um programa de empréstimos, inicialmente no valor de 300 bilhões de iuanes, que permitirá que as instituições financeiras tomem empréstimos do Banco do Povo da China para financiar a compra de ações por empresas listadas ou por seus principais acionistas.

A taxa de juros de um ano para o reempréstimo foi fixada em 1,75%, e 21 instituições financeiras qualificadas podem solicitar os empréstimos no início de cada trimestre, informou banco central.

PIB da China perde força no 3TRI24 e cresce 4,6% na comparação anual

PIB (Produto Interno Bruto) da China cresceu 4,6% no terceiro trimestre de 2024, em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pelo Escritório Nacional de Estatísticas. O resultado mostra uma desaceleração, visto que o ritmo estava em 4,7% no segundo trimestre.

Já em relação ao 2TRI24, o PIB chinês cresceu 0,9% entre julho e setembro, um avanço frente ao ritmo de 0,7% no período entre abril e junho.

Nos primeiros nove meses de 2024, a China informou que sua economia cresceu 4,8% em relação ao mesmo período de 2023, ainda abaixo da meta oficial de “cerca de 5%”.

O PIB atingiu cerca de 94,97 trilhões de yuans (cerca de US$ 13,33 trilhões) no período de janeiro a setembro, mostraram dados do NBS.

“Os fatores positivos que impulsionam uma recuperação econômica estável se acumularam e aumentaram em setembro”, disse Sheng Laiyun, vice-chefe do NBS, em entrevista coletiva. Ele enfatizou ainda que a maioria dos indicadores de produção e demanda melhorou e as expectativas do mercado também melhoraram.