As exportações da China registraram em outubro o maior crescimento mensal em mais de dois anos, impulsionadas pelo envio acelerado de estoques para os principais mercados, antecipando possíveis novas tarifas dos EUA e da União Europeia.
A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA trouxe à tona sua promessa de campanha de impor tarifas superiores a 60% sobre as importações chinesas, o que pode intensificar uma guerra comercial em duas frentes para a China.
Os EUA compraram US$ 500 bilhões em produtos chineses em 2023, enquanto a União Europeia adquiriu US$ 466 bilhões. Com isso, a economia chinesa tenta se ajustar ao possível cenário tarifário, com as exportações do país subindo 12,7% em outubro em relação ao mês anterior, de acordo com dados alfandegários divulgados nesta quinta-feira (7). Por outro lado, as importações recuaram 2,3%, ficando negativas pela primeira vez em quatro meses.
O superávit comercial da China aumentou para US$ 95,27 bilhões em outubro, ante US$ 81,71 bilhões em setembro. “Podemos prever uma grande quantidade de antecipação no quarto trimestre, antes que a pressão comece em 2025. Acho que isso se deve principalmente a Trump. A ameaça está se tornando mais real”, comentou Xu Tianchen, economista sênior da Economist Intelligence Unit, conforme publicado pela “Folha de S. Paulo”.
Taiwan ajudará empresas a se mudarem da China diante de possíveis tarifas
Taiwan planeja apoiar empresas que desejem transferir sua produção da China, devido ao impacto das prováveis tarifas que o novo presidente dos EUA, Donald Trump, prometeu impor ao país. A declaração foi feita nesta quinta-feira (7) pelo ministro taiwanês Kuo Jyh-huei.
Trump, que assume a presidência em janeiro de 2025, ameaça estabelecer tarifas de 60% sobre as importações de produtos chineses pelos EUA, o que representa um grande risco para o crescimento da segunda maior economia do mundo.
Empresas taiwanesas investiram bilhões de dólares na China ao longo das últimas quatro décadas, aproveitando-se dos custos historicamente mais baixos. Contudo, o governo de Taiwan está cada vez mais cauteloso, especialmente em resposta ao aumento da pressão de Pequim para aceitar as reivindicações de soberania chinesa sobre a ilha.
Kuo afirmou que o impacto das tarifas de Trump nas empresas taiwanesas que operam na China seria “bastante grande”. “Assim que possível, ofereceremos ajuda para que as empresas de Taiwan transfiram suas bases de produção”, disse ele, segundo informações do “InfoMoney”.