Trocas de dívidas

China inicia suporte fiscal de US$ 1,4 tri para os governos locais

Não foram divulgadas medidas para incentivar a demanda lenta do consumidor, como esperava o mercado

China/ Foto: Unsplash / China
China/ Foto: Unsplash / China

A nova rodada de apoio fiscal da China teve início nesta sexta-feira (8), com um pacote que alivia as tensões de pagamento de dívidas para os governos locais. Além disso, Lan Foan, o ministro das Finanças, aproveitou a ocasião para sinalizar mais estímulos.

Com a demanda mais fraca, a China tem enfrentado fortes pressões deflacionárias, junto de uma crise no setor imobiliário e mais apertos no lado financeiro sobre os governos locais. Esse cenário tem prejudicado a economia do país no decorrer do ano. 

Assim, após a vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos EUA na quarta-feira (6) as perspectivas sobre a 2ª maior economia mundial se obscurecem ainda mais, pois o presidente eleito já ameaçou impor tarifas superiores a 60% sobre todos os produtos chineses.

Para reduzir a dívida fora do balanço, ou dívidas “ocultas”, como descreveram as autoridades após uma reunião parlamentar nesta sexta-feira (8), a China permitirá que os governos locais aloquem 10 trilhões de iuanes (US$ 1,40 trilhão). 

Porém, a reunião que durou uma semana, terminou sem o que os investidores esperavam: a divulgação de medidas para impulsionar a demanda lenta do consumidor.

Nos termos do novo pacote, a cota de dívida dos governos locais terá aumento de 6 trilhões de iuanes. Além disso, outros 4 trilhões de iuanes, que já foram aprovados para financiar as trocas de dívidas, poderão ser usados em emissões para diminuir os riscos financeiros sistêmicos, segundo a “CNN Brasil”.

O comitê permanente do Congresso Nacional do Povo, principal órgão legislativo da China, aprovou um projeto de lei para elevar o limite para que os governos locais emitam títulos especiais de 29,52 trilhões para 35,52 trilhões de iuanes.

China: exportações superam expectativas em outubro

As exportações da China registraram em outubro o maior crescimento mensal em mais de dois anos, impulsionadas pelo envio acelerado de estoques para os principais mercados, antecipando possíveis novas tarifas dos EUA e da União Europeia.

A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA trouxe à tona sua promessa de campanha de impor tarifas superiores a 60% sobre as importações chinesas, o que pode intensificar uma guerra comercial em duas frentes para a China.

Os EUA compraram US$ 500 bilhões em produtos chineses em 2023, enquanto a União Europeia adquiriu US$ 466 bilhões. Com isso, a economia chinesa tenta se ajustar ao possível cenário tarifário, com as exportações do país subindo 12,7% em outubro em relação ao mês anterior, de acordo com dados alfandegários divulgados nesta quinta-feira (7). Por outro lado, as importações recuaram 2,3%, ficando negativas pela primeira vez em quatro meses.

O superávit comercial da China aumentou para US$ 95,27 bilhões em outubro, ante US$ 81,71 bilhões em setembro. “Podemos prever uma grande quantidade de antecipação no quarto trimestre, antes que a pressão comece em 2025. Acho que isso se deve principalmente a Trump. A ameaça está se tornando mais real”, comentou Xu Tianchen, economista sênior da Economist Intelligence Unit, conforme publicado pela “Folha de S. Paulo”.

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