
A divulgação dos indicadores econômicos da China foi interrompida à medida que o país asiático passa por dificuldades, segundo artigo do Wall Street Journal.
Conforme reportagem publicada por um dos principais jornais dos EUA no domingo (4), Pequim decidiu pausar a publicação de centenas de dados que antes eram utilizados por pesquisadores, investidores e jornalistas.
“Dados sobre vendas de casas, investimentos estrangeiros e indicadores de desemprego desapareceram nos últimos anos. O índice de confiança empresarial foi cortado. Até mesmo os relatórios oficiais da produção de molho de soja sumiram”, destacou a reportagem, assinada por Rebecca Feng e Jason Douglas, segundo a CNN Brasil.
Além disso, o veículo de notícias ressaltou que enquanto o fornecimento de dados foi interrompido, a China enfrenta um momento de endividamento excessivo e um mercado imobiliário em declínio.
Paralelamente, um outro setor econômico cujos dados foram suspensos pelo Departamento Nacional de Estatísticas da China foi o mercado de trabalho, com números relacionados ao desemprego em áreas urbanas nos últimos anos.
Devido aos percalços de analisar dados que colaboram para as projeções de crescimento da China, o jornal americano afirmou ainda que obter uma leitura precisa da situação econômica atual do país se tornou mais difícil.
“Muitos economistas questionam há muito tempo a confiabilidade dos principais dados do Produto Interno Bruto da China, e as preocupações se intensificaram recentemente. Dados oficiais estimam o crescimento do PIB em 5% no ano passado e 5,2% em 2023, mas alguns estimam que Pequim exagerou seus números em até 2 a 3 pontos percentuais”, apontou o WSJ.
China isenta tarifas de US$ 40 bi em importações dos EUA
De modo discreto, a China decidiu isentar alguns produtos comprados dos EUA de tarifas que provavelmente cobrem em torno de US$ 40 bilhões em importações, de acordo com a Bloomberg.
O movimento parece ser um novo ato de esforço para suavizar o impacto da guerra comercial em sua própria economia.
Dentro produtos farmacêuticos e produtos químicos industriais, uma lista que inclui cerca de 131 produtos dos EUA que estariam isentos começou a circular entre comerciantes e empresas na última semana, segundo o veículo.
A lista não foi oficialmente confirmada e não está claro de onde veio, porém, até o momento, cerca de meia dúzia de empresas na China conseguiram importar produtos da lista sem pagar tarifas, de acordo com fontes do jornal.
Os 131 itens valem cerca de US$ 40 bilhões, ou cerca de 24% das importações chinesas dos EUA em 2024, conforme cálculos do site.
A medida aparentemente também responde a outras iniciativas do governo de Donald Trump, que isentou smartphones e outros eletrônicos de suas próprias tarifas “recíprocas”, incluindo as taxas de 145% sobre a China.
Com base nas estimativas de Gerard DiPippo, diretor associado do RAND China Research Center, essas isenções dos EUA se aplicam a cerca de US$ 102 bilhões das importações americanas da China no ano passado.
“A China provavelmente está tentando mitigar os danos à sua economia evitando um colapso nas principais importações”, disse DiPippo.
“As isenções não devem ser interpretadas como um sinal para os EUA, já que a China tem se mantido em silêncio sobre suas isenções, atuando por meio de canais comerciais e evitando declarações públicas”, prosseguiu.