O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que o país está disposto a trabalhar com a UE (União Europeia) para impulsionar a cooperação e responder aos “desafios globais”, ao passo que o bloco enfrenta possíveis tarifas dos EUA sobre suas remessas para a maior economia do mundo.
“O mundo está enfrentando o risco de divisão, fragmentação e desordem”, afirmou Lin Jian, porta-voz do Ministério chinês.
“As relações entre a China e a UE têm ainda mais importância estratégica e influência global”, prosseguiu.
Em paralelo a isso, o chefe de comércio da UE comentou na terça-feira (4) sobre o desejo do bloco em se envolver rapidamente com os EUA sobre as tarifas planejadas pelo presidente Donald Trump.
Além disso, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, alertou que as negociações com Washington seriam difíceis, de acordo com a “CNN Brasil”.
Os defensores de uma política agressiva contra a China dentro da UE, como von der Leyen, estão apontando sinais de vontade em repensar o relacionamento entre Pequim e Bruxelas, assim como os laços transatlânticos estão sob tensão com as ameaças tarifárias de Trump.
von der Leyen disse, em discurso em Bruxelas, que a UE continuaria a “reduzir o risco” de seu relacionamento com a China. No entanto, ela acrescentou que havia espaço para “encontrar soluções” de interesse mútuo e “encontrar acordos” que poderiam até mesmo expandir os laços comerciais e de investimento. Porém, ela não detalhou quais poderiam ser esses acordos.
Brasil pode ter ‘oportunidade’ após tarifas da China aos EUA
O Brasil pode ter uma nova “janela de oportunidade” no aumento de exportações de petróleo para a China, após o país asiático decidir impor tarifas de 10% sobre as importações de petróleo bruto dos EUA, disse o presidente do IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo) nesta terça-feira (04).
Com uma média de 720.000 barris por dia, o Brasil foi o sétimo maior fornecedor de petróleo para a China no ano passado, de acordo com dados da StoneX até setembro.
“Pode acontecer realmente um incremento”, disse Roberto Ardenghy, do IBP, que representa as petroleiras no Brasil, segundo a “Reuters”.
A Petrobras exportou cerca de 30% de sua produção de petróleo da Petrobras para China no quarto trimestre do ano passado, disse a empresa na segunda-feira (3), ante 44% no mesmo período de 2023.
As tarifas criam uma “assimetria de mercado” que pode levar ao aumento das vendas “oportunisticamente” para a Petrobras na China, conforme análise do diretor de Logística Comercialização e Mercados da estatal, Claudio Schlosser, de acordo com o veículo.
Mas a mudança não é estrutural e pode ser revertida, observou ele.