A produção industrial da China cresceu 5,3% no mês de outubro, na comparação com o avanço do mês de setembro (5,4%), o número mostrou uma desaceleração.
Os dados refletem as tensões que se somam no radar da economia chinesa, com os problemas de confiança e demanda enfrentados e que mantêm vivos os apelos do mercado por um estímulo ainda maior.
As expectativas do mercado eram de que os dados, que foram divulgados nesta sexta-feira (15) pela agência nacional de estatísticas, expressassem um aumento de 5,6%, segundo pesquisa da “Reuters” com 43 analistas.
Enquanto isso, as vendas no varejo da China, um indicador do consumo, cresceram 4,8% em outubro, número maior que o registrado em setembro (aumento de 3,2%).A previsão dos analistas era de um crescimento de 3,8%.
Já o investimento em ativos fixos avançou 3,4% nos primeiros 10 meses de 2024 na comparação com o ano anterior. Era esperado um aumento de 3,5%. O indicador cresceu 3,4% no período de janeiro a setembro.
China se aproxima de superávit comercial de US$ 1 tri
A China pode alcançar um novo recorde no superávit comercial este ano, o que põe o país em rota de colisão com algumas das maiores economias do mundo, pois piora o desequilíbrio existente no comércio global que pode provocar o presidente eleito Donald Trump.
Se a ampliação seguir no ritmo observado até o momento, a diferença entre as exportações e importações chinesas deve chegar a quase US$ 1 trilhão se, de acordo com cálculos da “Bloomberg”.
No acumulado dos primeiros 10 meses do ano, o superávit comercial de bens disparou para US$ 785 bilhões, segundo dados divulgados na semana passada pela China.
Esse foi o maior número registrado para o período, correspondendo a um aumento de quase 16% em relação a 2023.
“Com os preços das exportações chinesas ainda em queda, o crescimento do volume das exportações foi enorme,” disse Brad Setser, pesquisador sênior do Council on Foreign Relations, em uma postagem no X.
“A história geral é de uma economia que está novamente crescendo com base nas exportações”, prosseguiu, segundo o veículo de notícias.
A aposta da China é que as exportações compensem a fraqueza da demanda interna. Essa fraqueza exigiu de Pequim uma tentativa de correção apenas recentemente, com a injeção de estímulos na economia.