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China: reforma pode elevar margem do aço no Brasil

De acordo com as estimativas, a reforma do setor siderúrgico na China pode reduzir a produção e exportação de aço em 15% e 20% em 2025

Foto: Pixabay / Minério de ferro
Foto: Pixabay / Minério de ferro

Em meio às perspectivas otimistas para o aço brasileiro, impulsionadas pela possível redução das exportações da China em 2025, o Morgan Stanley reiterou a recomendação equivalente à compra — exposição para Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5).

De acordo com as estimativas, a reforma do setor siderúrgico na China pode reduzir a produção e exportação de aço em 15% e 20% em 2025, o que poderia ajudar no ganho de participação de mercado e na recuperação das margens das siderúrgicas brasileiras.

Nesse cenário, analistas aguardam que os preços domésticos fiquem mais altos no Brasil, ao passo que a queda nas importações aperta o mercado de aço, mesmo com a demanda estável.

Contudo, há riscos positivos para essa projeção, considerando as perspectivas dos principais setores consumidores de aço (construção civil, automotivo e indústria), que juntos representam mais de 80% do consumo de aço no Brasil. Nesse sentido, a demanda doméstica poderia crescer 3,3% em 2025.

Além disso, de acordo com o InfoMoney, o Morgan Stanley lembra que tarifas adicionais de importação e outras medidas de proteção estão sendo discutidas e, se implementadas, dariam suporte adicional à sua tese.

EUA e China: disputa pode ser um ‘cenário de oportunidades’ para o Brasil

A relação econômica de dependência mútua entre os EUA e a China está abalada com a chegada de Donald Trump à presidência do país norte-americano. Esse novo cenário pode abrir oportunidades e desafios para o Brasil, como explicou Fabio Louzada, economista, planejador financeiro e fundador da “Eu me Banco Educação”.

“Por um lado, acordos entre as duas potências podem reduzir as pressões sobre os mercados globais, beneficiando exportadores brasileiros com maior estabilidade de preços”, disse o especialista. Por outro lado, ainda segundo Louzada, uma menor tensão pode reduzir a necessidade da China de diversificar parceiros comerciais, diminuindo o papel do Brasil como fornecedor estratégico.

“Assim, o Brasil deve se proteger fortalecendo sua competitividade no mercado internacional”, completou o economista.

“Caso haja uma nova escalada nas tensões entre EUA e China, o Brasil deve adotar uma postura proativa, ampliando sua presença em fóruns e buscando acordos com outras economias em crescimento, como Índia, Indonésia e países africanos”, disse Louzada ao BP Money.