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China suspende compra de frango do Brasil por gripe aviária

O governo federal informou que notificou os organismos internacionais e os principais parceiros comerciais sobre o caso

Foto: Adobe Stock
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A China decidiu suspender temporariamente a importação de carne de frango do Brasil após a confirmação de um caso de gripe aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul — o primeiro do tipo registrado na produção avícola do país. A informação foi revelada nesta sexta-feira (16) pela CNN Brasil, com base em declarações do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

O foco da doença foi identificado na cidade de Montenegro, na Região Metropolitana de Porto Alegre, e confirmado por testes laboratoriais conduzidos em Campinas (SP).

O vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) foi detectado em um estabelecimento de reprodução de aves.

Embora o Brasil já tivesse registrado casos anteriores da doença, todos haviam ocorrido em aves silvestres, sem impacto direto sobre a cadeia produtiva.

A confirmação do surto em uma granja comercial acendeu o alerta das autoridades sanitárias. Medidas de contenção foram imediatamente adotadas, incluindo o isolamento da propriedade, a eliminação das aves restantes e o início de uma investigação em um raio de 10 km ao redor da área afetada.

Sem risco no consumo, mas impacto comercial preocupa

Embora as autoridades brasileiras reforcem que o consumo de carne de frango e ovos permanece seguro — uma vez que o vírus não é transmitido por alimentos — a decisão da China reacende temores sobre os efeitos comerciais da gripe aviária para o setor agroexportador.

O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango, e a China figura entre seus principais compradores.

“A população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados, não havendo qualquer restrição ao seu consumo”, informou o Ministério da Agricultura em nota oficial.

O vírus H5N1, responsável pelo surto, é conhecido por sua alta taxa de mortalidade entre aves, podendo provocar óbitos súbitos e sem sintomas evidentes, além de causar danos neurológicos e respiratórios. Apesar disso, a transmissão para humanos é rara e geralmente restrita a pessoas com exposição direta e prolongada a animais infectados.

Reação rápida e comunicação com parceiros internacionais

O governo federal informou que notificou os organismos internacionais e os principais parceiros comerciais sobre o caso, como parte do protocolo de transparência e controle sanitário.

Além disso, o Serviço Veterinário Oficial do Rio Grande do Sul já colocou em prática o plano nacional de contingência, previsto justamente para casos como esse.

O episódio também coincidiu com a investigação de mortes de aves no Zoológico de Sapucaia do Sul, próximo à capital gaúcha, que segue fechado ao público. As autoridades aguardam os resultados laboratoriais para verificar se há ligação entre os casos.

Mesmo com o embargo temporário imposto por Pequim, o setor ainda espera que o episódio tenha impacto controlado, uma vez que a resposta das autoridades foi imediata e dentro dos padrões internacionais.

Ainda assim, o caso serve como alerta para os riscos que rondam a produção animal diante de surtos sanitários globais.