O alto escalão do Ministério da Agricultura chinês fará uma visita ao Brasil e terá agendas bilaterais com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e seus auxiliares, em meio à escalada da guerra comercial entre China e EUA.
Espera-se que o encontro aconteça até o fim da semana. A visita ocorrerá por conta dos encontros do Grupo de Trabalho de Agricultura dos BRICS, coordenado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que acontecem em Brasília nesta semana.
Os representantes chineses estão com reuniões bilaterais marcadas com representantes do Mapa e também com outros países como Irã e Índia.
As pautas das reuniões não foram divulgadas, mas o tarifaço de Donald Trump deve ser abordado durante as conversas, segundo fontes ouvidas pela “CNN”.
O governo federal tem como uma das prioridades avançar em acordos que beneficiem o País em meio à disputa entre Pequim e Washington.
“O Brasil está aberto a discutir com qualquer país. Sobre qualquer tema. E o Brasil se coloca à disposição de qualquer país para discutir temas como segurança alimentar e cooperação agrícola. Não temos limitantes para conversar com qualquer um”, disse à CNN o secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua.
Brasil bate recorde comercial com China e EUA
No primeiro trimestre de 2025, as correntes de comércio do Brasil com a China e com os EUA atingiram recorde, em valores nominais, ao passo que o ambiente econômico encara uma escalada da guerra comercial entre Pequim e Washington.
No período de janeiro a março, a corrente de comércio entre Brasil e China ultrapassou os US$ 38,8 bilhões, com US$ 19,8 bilhões em exportações brasileiras e US$ 19 bilhões em importações.
Além disso, a balança comercial brasileira com a China segue com superávit, mesmo que tenha ocorrido um crescimento expressivo na entrada de produtos chineses no mercado nacional.
Enquanto isso, as importações vindas da China para o território nacional aumentaram 35% no período.
Em mais detalhes, o grupo “Plataformas, embarcações e outras estruturas flutuantes” foi um dos principais responsáveis por esse salto foi o grupo, visto que, sozinho, movimentou US$ 2,7 bilhões – valor significativamente superior aos cerca de US$ 4 milhões registrados em 2024.
Por outro lado, houve uma redução na dependência do Brasil para alguns produtos chineses. As importações de válvulas e tubos, por exemplo, caíram 77% em relação ao ano anterior.
O governo federal tem monitorado de perto esse aumento nas importações chinesas, devido ao temor com um avanço ainda maior com o “tarifaço” de Donald Trump.