O economista-chefe da gestora de investimentos WHG (Wealth High Governance), Fernando Fenolio, destacou nesta sexta-feira (30) que os ciclos econômicos dos EUA e do Brasil são diferentes. “O ciclo econômico brasileiro é um ciclo de reaceleração da atividade econômica”, disse ele ao BP Money.
Em entrevista durante o Expert 2024, Fenolio apontou que o ciclo econômico nacional está voltando a crescer. Algo que é observado ao longo de 2024, com dados de desemprego mais baixos.
“Acredito que esse seja um dos motivos pelos quais o mercado mudou sua perspectiva sobre os juros no Brasil. Roberto Campos Neto [presidente do BC] já mencionou que o Brasil tem um ciclo diferente do crescimento global sincronizado, e é por isso que o Brasil está discutindo a alta dos juros”, afirmou Fenolio.
Ele acrescentou que, ao observar o cenário nos EUA, o movimento é oposto, com a perspectiva de corte dos juros e desaceleração econômica. Com isso, o objetivo do governo norte-americano é “esticar esse ciclo”.
Se nada for feito, no contexto dos EUA, existe a probabilidade de a economia desacelerar de forma mais profunda, abrindo espaço até para uma recessão.
Eleição dos EUA deve mudar a tendência do ciclo econômico
Ainda em entrevista ao BP Money, Fenolio ressaltou que as eleições para a presidência dos EUA, que ocorrerão em novembro deste ano, podem ser um vetor de mudança para o ciclo econômico norte-americano.
“É um evento divisor de águas. De certa forma, a administração vai mudar, seja porque Donald Trump vai assumir, seja porque Kamala Harris tentará introduzir o jeito dela de governar”, disse.
“Isso pode potencialmente mudar os ciclos. Por exemplo, se Trump ganhar as eleições e o Congresso for republicano, com cortes nos juros, a economia norte-americana pode engatar uma reaceleração.”
Ou seja, em sua visão, ele acredita que, dependendo da mudança de gestão no país, haverá um processo “ainda mais esticado de crescimento”.