BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, minimizou a variação negativa de 0,1% do PIB (Produto Interno Bruto) no segundo trimestre e chamou de “pessimistas” aqueles que apontam que o dado mostra uma atividade econômica ruim.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a economia brasileira ficou praticamente estável em relação ao primeiro trimestre. O número representa uma desaceleração no ritmo de recuperação verificado no início do ano.
Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam crescimento de 0,2% na comparação com o trimestre anterior.
Em mensagens publicadas no Twitter nesta quarta-feira (1º), Ciro usou a comparação com o segundo trimestre de 2020 para argumentar que o resultado “confirma a recuperação da nossa economia”.
“O PIB brasileiro no 2º trimestre deste ano cresceu 12,4% em relação ao mesmo período do ano passado e confirma a recuperação da nossa economia, que já está no mesmo patamar do final de 2019 e início de 2020”, disse.
“Ao comparar com o 1º trimestre de 2021 o PIB recuou 0,1%. O suficiente para pessimistas dizerem que a economia está ruim, mas prefiro o otimismo de ver que o Brasil já está no nível pré-pandemia, confiante na recuperação iniciada com o avanço da vacinação e das reformas em curso”.
O cálculo usada por Ciro gera um resultado influenciado pela base de comparação, já que o período de abril a junho de 2020 foi o fundo do poço para a atividade econômica durante a pandemia. Nos últimos 12 meses, houve alta de 1,8%.
Com esse resultado, a economia brasileira avançou 6,4% no primeiro semestre.
Segundo o IBGE, o PIB continua no patamar do período pré-pandemia e ainda está 3,2% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica na série histórica, alcançado no primeiro trimestre de 2014.
Nesta quarta, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a projeção de crescimento do PIB deste ano deve ser revisada para baixo após a divulgação do dado do segundo trimestre.
“A projeção do PIB para 2021 estava em 5,22%, com o número de hoje achamos que pode ser revisada um pouquinho para baixo, vamos observar”, afirmou em audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.