CNA se preocupa com suspensão de crédito rural com juros

O ministérios da Agricultura afirma que entende a importância da questão e que está trabalhando para uma solução

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) mostrou uma séria preocupação com a oferta e os custos do crédito agrícola. 

A manifestação veio nesta quarta-feira (9), após o Tesouro Nacional suspender as contratações das linhas subsidiadas do Plano Safra 2021/22 nesta semana.

A suspensão aconteceu depois da colaboração da escalada da Selix para o esgotamento dos recursos para a equalização dos juros do crédito especial, o que acaba afetando o setor que está na etapa final da temporada 2021/22. Segundo a CNA, as operações de pré-custeio da próxima safra (2022/23) também podem ser impactadas negativamente.

Por esse motivo, a confederação pediu apoio do governo federal e dos parlamentares na adoção de medidas que iriam reestruturar o orçamento deste ano. Isso seria possível através das ações de equalização das taxas de juros do crédito rural, por meio do projeto de lei de crédito suplementar.

Apesar de ser beneficiado pelos preços mais elevados das commodities agrícolas, o setor enfrenta os custos que estão altos, já que existem problemas de oferta global com fertilizantes e pesticidas.

Em nota, a CNA disse que “o aumento do custo do crédito, justamente em uma safra que estamos tendo preços recordes dos insumos, bem como a falta de alguns deles, além de problemas climáticos extremos que certamente irão impactar a oferta de alimentos, deve ocasionar aceleração inflacionária e comprometer o próprio crescimento econômico do país.” 

Após a medida tomada nesta semana, os ministérios da Economia e Agricultura informaram que compreendem a relevância da questão e que estão, juntos, trabalhando para uma solução. 

Segundo o presidente da CNA, João Martins, a escalada da Selic desde o início de 2021 não foi dimensionada quando da formulação do orçamento deste ano.

Para ele, a suspensão do crédito com juros equalizados “compromete novas operações de crédito em 2022, assim como as tão necessárias renegociações de prazos de reembolso do crédito nas regiões cuja produção agropecuária foi significativamente impactada pela seca ou por chuvas excessivas”.

 A proibição temporária do crédito com juros controlados aconteceu depois de um avanço de 32% nas contratações de empréstimos dessa modalidade de junho a janeiro, para R$ 117,8 bilhões, de acordo com os dados do Ministério da Agricultura.