A nova gestão do COB (Comitê Olímpico do Brasil) precisou enfrentar um orçamento com um déficit projetado de quase R$ 80 milhões para 2025.
Sob a liderança de Marco La Porta, eleito em outubro de 2024, o COB adotou medidas estratégicas para reverter a situação financeira.
Com planejamento cuidadoso e ações eficientes, a gestão buscou soluções para garantir o equilíbrio fiscal e a sustentabilidade do esporte olímpico brasileiro.
Revisão orçamentária colaborativa no COB
A nova gestão iniciou sua jornada com uma revisão orçamentária minuciosa. O COB focou na reavaliação dos recursos disponíveis para equilibrar suas finanças.
Marcelo Vido, diretor de Operações do COB, liderou esse processo, que envolveu mais de 22 reuniões e 16 horas de discussões.
“A revisão foi colaborativa. Cada líder contribuiu com sua visão e experiência para garantir um orçamento sustentável”, afirmou Vido.
Esse processo visou não apenas cortar gastos, mas reorganizar os recursos de forma estratégica, com foco em atender às demandas do ciclo olímpico até 2028.
A gestão entendeu que, para alcançar o equilíbrio fiscal, era necessário alinhar as expectativas de curto e longo prazo, sem prejudicar as operações do COB ou o desenvolvimento dos atletas.
Novas fontes de receita
Além da revisão do orçamento, a gestão do COB procurou alternativas para aumentar a receita.
A inclusão de recursos provenientes das apostas esportivas e projetos incentivados via leis de incentivo fiscal trouxe novas possibilidades de financiamento.
Essas fontes de receita, até então não exploradas pelo COB, foram vistas como essenciais para diversificar os recursos e garantir a estabilidade financeira a longo prazo.
Vido destacou que a previsão de receita das apostas esportivas foi feita de forma conservadora, mas mostrou-se confiante no potencial dessa nova fonte de renda.
“Embora o mercado de apostas ainda esteja em fase de adaptação, acreditamos que ele será fundamental para a recuperação financeira do COB e das confederações”, afirmou.
Além disso, o COB se empenhou em ampliar a participação em projetos incentivados por leis fiscais, não apenas no nível federal, mas também estadual e municipal. O objetivo é aumentar a arrecadação, beneficiando não apenas o COB, mas também as 38 confederações filiadas.
Redistribuição de recursos e meritocracia
A nova gestão também promoveu a redistribuição estratégica dos recursos do COB, especialmente os provenientes das loterias federais.
Aproximadamente 85% desses recursos são repassados às confederações de forma meritocrática.
Vido explicou que essa redistribuição visa garantir que as confederações recebam os recursos necessários para participar de competições importantes, como os Jogos Olímpicos, Panamericanos, Sul-Americanos e Jogos da Juventude.
“Nosso objetivo é que as confederações recebam os recursos para que possam se preparar da melhor forma possível. Isso inclui não apenas os Jogos Olímpicos, mas todo o ciclo de competições que o Brasil precisa para manter sua presença no esporte global”, afirmou Vido.
O futuro do COB e o ciclo olímpico
A nova gestão do COB, com pouco mais de 100 dias de operação, já mostra sinais positivos.
Além de reorganizar as finanças, a gestão implementou um modelo de crescimento voltado para o longo prazo, com foco na valorização e retenção de talentos.
Em parceria com a Deloitte, o COB está desenvolvendo uma política de capacitação para os seus funcionários, essencial para sustentar a filosofia administrativa da entidade.
Com essa abordagem, o COB se prepara para superar os desafios financeiros e alcançar um futuro mais sólido e sustentável para o esporte olímpico brasileiro.