Com sanções à Rússia, alta do petróleo deve continuar

Levantamento feito por especialistas previu que o petróleo teria média de cerca de US$ 91,15 por barril em 2020

Um rali que impulsionou os valores do pretróleo, aos seus preços mais alto em quase uma década, não estão dando sinais de alívio, já que os suprimentos da grande exportadora Rússia são interrompidos por sanções após a invasão da Ucrânia, segundo levantamento realizado pela Reuters nesta sexta-feira (4).

A pesquisa previu que o petróleo Brent teria uma média de cerca de US$ 91,15 por barril em 2022, um aumento grande quando comparado ao consenso de US$ 79,16 de janeiro, e a expectativa mais elevado para 2022 em todas as apurações da Reuters.

O petróleo dos Estados Unidos foi estimado com média de US$ 87,68 em 2022, contra o consenso de US$ 76,23 no mês de janeiro.

Com umas das estimativas mais altas, o JP Morgan espera petróleo a US$ 185 até o final desse ano, caso a interrupção nas exportações russas permaneça por muito tempo, embora sua média para o ano tenha sido de US$ 98.

As previsões médias mais altas para 2022 foram de Rabobank e Raiffeisen, com US$ 111,43 e US$ 110, respectivamente.

“O prêmio de risco está aumentando”, afirmou Christian Reuter, diretor sênior de estratégia setorial da NORD Landbk, com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados também incapazes de compensar adequadamente o déficit.

Na última semana, pela primeira vez desde 2014, o petróleo Brent de referência, ultrapassou os US$ 100 e chegou aos US$ 119,84 na quinta.

Apoiado pelas sanções à Rússia, que normalmente exporta mais de 7 milhões de barris por dia (bpd), o barriu estava sendo negociado acima de US$ 112 na sexta.

Apesar do comércio de petróleo e gás não serem um alvo direto, os clientes hesitaram em comprar petróleo russo para evitar se envolver em sanções.

“Os preços podem subir para US$ 150 o barril e ainda mais se os EUA e aliados tomarem medidas ainda mais agressivas para reduzir as exportações de petróleo da Rússia, já que não há capacidade ociosa suficiente para compensar uma redução significativa nas exportações russas”, disse John Paisie, presidente do Advisor Stratas.

Avalia-se que 8% do fornecimento global foi interrompido nos últimos dias. O déficit pode não ser compensado pela decisão da Agência Internacional de Energia de liberar 60 milhões de barris de reservas de emergência ou um provável retorno do suprimento iraniano, afirmaram analistas.

Segundo o Goldman Sachs, a liberação da AIE representou uma “compensação de um mês para uma possível interrupção de um terço dos 6 milhões de barris por dia dos fluxos de exportação de petróleo da Rússia”.