
Após o anúncio da manutenção da taxa Selic em 15,00% ao ano feito pelo Copom (Comitê de Política Monetária), interrompendo o ciclo de sete aumentos consecutivos.
Para o investidor conservador é um prato cheio: mesmo produtos simples, como o Tesouro Selic e o CDB de liquidez diária, agora rendem mais que muitos fundos sofisticados, e com risco quase zero.
Gestão de risco e diversificação em ambiente de juros elevados
Mas a atratividade dos juros altos também pode ser uma armadilha.
A tentação de concentrar toda a carteira em renda fixa ou travar taxas por longos prazos pode custar caro no futuro, se o cenário macroeconômico mudar rapidamente.
Leandro Ormond, analista da gestora de patrimônio Aware Investments, alerta que o cenário exige equilíbrio entre oportunidade e cautela.
“Com a taxa Selic em 15% ao ano, o investidor se depara com um cenário de oportunidade, mas que também exige atenção”, afirma.
“Tesouro Selic, CDBs de bancos médios, LCIs/LCAs e fundos de crédito privado de alta qualidade oferecem rendimento real positivo acima da inflação, o que permite a preservação e crescimento do patrimônio com segurança.”
Mas o analista alerta para um erro comum em momentos de juros elevados: travar taxas em investimentos longos sem considerar possíveis mudanças no cenário econômico.
“Ativos prefixados ou atrelados à inflação com vencimentos distantes tendem a ser mais voláteis. É fundamental alinhar a escolha ao horizonte de investimento e à tolerância ao risco”, diz.
Outro risco é o excesso de concentração em renda fixa. Apesar de atrativa agora, ela não substitui a importância da diversificação.
“Manter parte da carteira em renda variável, principalmente em ações defensivas e pagadoras de dividendos, pode ser uma boa alternativa para proteger o portfólio das incertezas e buscar ganhos consistentes”, completa.