
O ICI (Índice de Confiança da Indústria) caiu 0,7 ponto no mês de outubro, para 89,8 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice recuou 1,7 ponto, para 90,2 pontos, disse o FGV Ibre. Dados foram divulgados nesta quarta-feira (29).
No oitavo mês do ano, 7 dos 19 segmentos industriais pesquisados pela sondagem registraram queda, refletindo a piora tanto nas avaliações sobre a atual situação quanto nas expectativas em relação aos próximos meses.
“Em outubro a confiança da indústria piorou pela sétima vez no ano, reforçando o sentimento de pessimismo no setor. Nas avaliações sobre o momento atual dos negócios, preocupa o alto nível dos estoques na maioria dos setores. Quanto ao futuro, o sentimento de pessimismo é notado em todas as categorias de uso, sobretudo nas produtoras de bens duráveis que são mais sensíveis aos reflexos da política monetária
contracionista”, comentou Stéfano Pacini, economista do FGV IBRE.
“O resultado da sondagem retrata à risca a complexidade do ambiente macroeconômico para o setor industrial que vem apresentando sinais de desaceleração da atividade no segundo semestre. Apesar da redução da incerteza e do bom momento do mercado de trabalho, a indústria segue pessimista e distante de um reaquecimento da demanda, indicando desaceleração nos últimos meses do ano”.
O Índice Situação Atual (ISA) caiu 0,8 ponto, para 94,2 pontos. O Índice de Expectativas (IE) retrocedeu 0,7 ponto, para 85,4 pontos, pior resultado desde junho de 2020 (75,8 pontos). Índice de Expectativas registrou, em outubro, o menor nível desde 2020
Entre os indicadores que compõem o ISA, o que teve maior influência na queda foi o que mede a situação atual dos negócios ao recuar 2,0 pontos, para 92,8 pontos. O indicador que mensura o nível dos estoques, subiu 0,2 ponto, para 106,4 pontos, maior nível desde novembro de 2023 (107,1 pontos). Quando este indicador está acima de 100 pontos, sinaliza que a indústria está operando com estoques excessivos (ou acima do desejável). O nível atual de demanda subiu 0,2 ponto, para 96,6 pontos.
Já com relação às expectativas, houve piora nos indicadores que mensuram a percepção sobre a produção prevista e o otimismo sobre a evolução dos negócios nos próximos seis meses.
O indicador de produção prevista caiu 1,3 ponto, para 82,9 pontos, pior resultado desde junho de 2020 (82,0 pontos), período em que a economia brasileira sofria com os efeitos da pandemia.
Em menor proporção, o indicador de tendência dos negócios recuou 0,8 ponto, para 84,9 pontos. O indicador que mede as expectativas de emprego ficou estável na casa dos 89,7 pontos.
Em menor proporção, houve melhora no otimismo sobre a evolução dos negócios nos próximos seis meses, retratado pelo indicador de tendência dos negócios que subiu 2,1 pontos para e 85,7 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria (NUCI) caiu 0,7 ponto percentual em outubro para 81,9%.