A confiança dos consumidores brasileiros recuou em outubro, após quatro meses consecutivos de alta, devido a uma significativa piora nas expectativas para os próximos meses, mesmo com uma melhora na percepção sobre a situação atual, conforme dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas nesta sexta-feira.
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu 0,7 ponto em outubro, alcançando 93,0 pontos, após um avanço de 0,5 ponto em setembro.
“Após quatro meses em alta, a confiança do consumidor recua em outubro, em um movimento de acomodação das expectativas para os próximos meses. No mês, apenas o indicador que mede a percepção corrente sobre a economia registrou alta”, disse Anna Carolina Gouveia, economista do FGV IBRE.
Queda nas expectativas, mas melhora no índice
Em outubro, o Índice de Expectativas (IE) sofreu um declínio de 2,5 pontos, caindo para 99,7 pontos, marcando o fim de uma sequência de quatro meses de crescimento positivo.
Por outro lado, o Índice de Situação Atual (ISA) registrou um aumento significativo, subindo 2,0 pontos para 83,7 pontos, o que representa o maior nível alcançado desde dezembro de 2014, quando atingiu 86,8 pontos, refletindo uma melhora nas condições atuais.
A redução no Índice de Confiança do Consumidor (ICC) foi impulsionada, em grande parte, pela diminuição nas perspectivas financeiras futuras das famílias, que recuou 2,8 pontos, estabelecendo-se em 103,8 pontos, o menor patamar desde junho deste ano, que foi de 100,4 pontos, indicando uma preocupação crescente.
Em contrapartida, a avaliação sobre a situação financeira atual das famílias teve um avanço de 3,4 pontos em outubro, alcançando 73,3 pontos, sinalizando um otimismo em relação à situação econômica presente.
“O resultado foi similar entre as faixas de renda, com a piora das expectativas sendo o motor da piora da confiança, com exceção aos consumidores que recebem entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800,00, que apresentaram resultados favoráveis no mês”, afirmou Gouveia.