A confiança do consumidor brasileiro demonstrou um aumento pelo segundo mês consecutivo em abril, de acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira(24), pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) registrou um crescimento de 1,9 ponto, alcançando 93,2 pontos e retornando ao patamar observado em dezembro do ano anterior.
“A melhora da confiança no mês foi influenciada, principalmente, pelas expectativas para os próximos meses, enquanto a percepção sobre a situação atual ficou praticamente constante entre março e abril”, disse em nota Anna Carolina Gouveia, economista do FGV IBRE.
No mesmo período, o Índice de Situação Atual (ISA) apresentou uma leve queda de 0,1 ponto, chegando a 80,6 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) teve um avanço de 3,1 pontos, atingindo 102,2 pontos, o maior nível desde dezembro de 2023 (102,5).
Entre os componentes que compõem o ICC, o indicador que avalia as expectativas em relação às finanças futuras das famílias foi o principal responsável pelo aumento da confiança no mês, registrando um avanço de 5,4 pontos, atingindo 106,2 pontos, o maior valor desde agosto de 2023 (107,5 pontos).
A economista do FGV destacou que o aumento da confiança foi mais significativo nas faixas de renda mais baixas, sugerindo uma possível reversão da desaceleração observada no último trimestre do ano anterior.
No entanto, ela ressaltou que, devido às restrições financeiras enfrentadas por muitas famílias, é preciso cautela ao confirmar uma tendência clara de recuperação da confiança nos próximos meses.
Confiança do consumidor é influenciado por expectativa econômica
A confiança do consumidor pode ter sido influenciada pelo nível de incerteza economica que caiu para o menor nível desde julho, aponta FGV.
O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) divulgou na última segunda-feira (1º) que o Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br) registrou uma queda de 0,7 ponto em março, atingindo 103,8 pontos, o menor nível desde julho de 2023 (103,5 pontos).
De acordo com a economista Anna Carolina Gouveia, essa redução sobre a expectativa da economia significativa foi impulsionada principalmente pela diminuição da dispersão das previsões de mercado para a taxa de câmbio nos próximos 12 meses, refletindo sinais de relativa resiliência da economia brasileira.
No entanto, ela ressalta que discussões em torno da trajetória da taxa de juros interna e do cenário econômico externo podem influenciar os resultados do IIE-Br nos próximos meses.
O componente de Mídia também apresentou uma queda de 0,2 ponto, atingindo 105,6 pontos, o menor nível desde julho do ano passado (101,9 pontos), contribuindo negativamente com 0,2 ponto para o índice agregado.