Calibragem

Confiança do consumidor tem alta de 0,7 em março

O resultado interrompeu uma sequência de três meses em baixa do índice, mesmo que de forma ligeira

Confiança do Consumidor cai
Confiança do Consumidor / Agência Brasil

A FGV (Fundação Getúlio  Vargas) divulgou nesta terça-feira (25) o ICC (Índice de Confiança do Consumidor) que revelou alta de 0,7 ponto para 84,3 pontos. O resultado interrompeu uma sequência de três meses em baixa do índice, mesmo que de forma ligeira.

A economista do FGV IBRE, Anna Carolina Gouveia, refletiu que após três quedas seguidas, a marcação de março reflete a calibragem do indicador, que permanece na região pessimista. “O resultado positivo no mês foi influenciado por uma melhora na avaliação da situação atual e registrada apenas pelos consumidores de maior faixa de renda”, completou a especialista.

Gouveia justifica que entre consumidores de rendas menos elevadas, houve continuidade da piora da confiança, reforçando o desconforto existente, resultado da inflação dos alimentos e dos juros mais altos, que deteriora a situação financeira das famílias. 

Os dados mostram que o Índice da Situação Atual (ISA) avançou 1,6 ponto, para 81,0 pontos em março. O Índice de Expectativas (IE) teve variação positiva de 0,1 ponto, para 87,4 pontos em março.

Os dois quesitos que avaliam o momento atual contribuíram para o avanço da confiança no mês — situação econômica local atual, com alta de 0,8 ponto, para 91,2 pontos, e a situação financeira atual da família, que subiu 2,4 pontos, a 71,2 pontos.

FGV: fiscal frágil do Brasil dificulta manter meta de inflação

Um “ciclo vicioso” de alta carga tributária, baixo investimento em infraestrutura e poupança pública negativa tem prendido o Brasil, segundo o economista Aloísio Araújo, professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e do IMPA (Instituto de Matemática Pura e Aplicada).

“Sempre que o governo economiza com uma reforma, logo gasta com outra medida, como o aumento do salário mínimo. É um problema”, afirmou Araújo durante o evento Brazil: Macroeconomic Stability, Climate Change and Social Progress, na Universidade de Miami, nesta sexta-feira (21).

Além disso, o economista da FGV enfatizou que a dificuldade do Brasil em manter uma meta de inflação consistente em um cenário de fragilidade fiscal.

“Chile, Turquia e Brasil têm metas de inflação diferentes, e há algo por trás disso que ainda não entendemos completamente”, disse Araújo. 

O economista da FGV ressaltou ainda que, em economias como a brasileira, que tem uma alta carga tributária e déficit fiscal, há uma tendência natural de pressionar a inflação para cima, o que exige cautela na definição das metas.