Confira 5 investimentos para lucrar com a alta da inflação

O IPCA acumula alta de 10,25% nos últimos 12 meses, dando abertura para os investimentos de renda fixa

Nos últimos 12 meses, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula crescimento de 10,25%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, a inflação soma elevação de 7,26%. Apesar de preocupante, a alta do índice abre espaço para investimentos que, até então, estavam em segundo plano e podem fazer o seu dinheiro render.

A relação da inflação com os investimentos

Primeiro é preciso compreender um aspecto importante: no Brasil existe uma taxa utilizada para tentar manter a inflação sob controle, Selic, a taxa de juros básica da economia. Na prática, o rendimento de muitas aplicações financeiras também tende a acompanhá-la. Além disso, existem investimentos indexados diretamente pela inflação. 

É preciso ter em mente que, quando o investimento não é atrelado à inflação, quanto maior ela for, menor tende a ser o retorno real. Por exemplo, o certificado de depósito bancário (CDB), geralmente, varia de acordo com taxas próximas à Selic ou mesmo valores prefixados.

Assim, além de conhecer a rentabilidade prometida, é preciso descontar o IPCA para ver qual é sua rentabilidade real. Um investimento com 7% de juros, por exemplo, na realidade não rende tudo isso. Ao ser descontada a inflação, seus ganhos reais são menores.

Por isso, a rentabilidade real se refere ao quanto será recebido ao final, depois de descontar a inflação e possíveis encargos, como o Imposto de Renda (IR). Em determinados cenários, é possível que o ganho real seja inferior à inflação, fazendo com que você perca poder de compra.

Tesouro Direto IPCA

O Tesouro Direto é um investimento disponibilizado pelo próprio governo brasileiro. Sendo assim, o investidor consegue emprestar dinheiro para a instituição mais segura e consistente do país. Em troca, a mesma devolve o valor aplicado junto com um certa remuneração. Dentro desta modalidade, existe o Tesouro IPCA, que está atrelado à inflação.

Em consulta realizada em junho de 2021, as opções disponíveis e as rentabilidades propostas eram as seguintes:

Tesouro IPCA+ 2026, com rendimento de 3,52% + IPCA;
Tesouro IPCA+ 2035, com rendimento de 4,13% + IPCA;
Tesouro IPCA+ 2030, com rendimento de 3,89% + IPCA, com pagamento de juros semestrais;
Tesouro IPCA+ 2040, com rendimento de 4,13% + IPCA, com pagamento de juros semestrais;
Tesouro IPCA+ 2045, com rendimento de 4,13% + IPCA;
Tesouro IPCA+ 2055, com rendimento de 4,29% + IPCA, com pagamento de juros semestrais.

Títulos Privados

Os títulos privados de renda fixa também podem estar atrelados ao IPCA com um percentual adicional. As principais alternativas são:

certificado de depósito bancário (CDB);
letra de crédito imobiliário (LCI);
letra de crédito do agronegócio (LCA).

As LCAs e LCIs têm como vantagem a isenção do IR. Como os encargos são menores, elas podem oferecer um potencial de remuneração maior. Por outro lado, vale a pena considerar as taxas oferecidas em outros títulos, pois elas podem ser suficientemente maiores para compensar a cobrança de imposto.

Vale considerar, ainda, que os investimentos ligados à inflação costumam ser de médio e longo prazo. E, de modo geral, não há facilidade para o saque antecipado dos valores. Ou seja, a liquidez é baixa, sendo preciso vender os títulos no mercado secundário.

Fundos de Renda Fixa

Os Fundos de Renda Fixa funcionam basicamente como qualquer outro fundo de investimento. Você aplica certa quantia em uma espécie de “condomínio”, que é controlada por um gestor. Após isso, o profissional irá pegar o dinheiro de todos os investidores do fundo e colocar em aplicações que considera as mais rentáveis.

Com os fundos de inflação, o gestor compra títulos de IPCA que estão tendo o melhor rendimento do mercado. Portanto, esta é uma boa opção para quem não possui muita experiência e quer deixar alguém que já possui cuidando dos seus investimentos.

Fundos imobiliários

Os aluguéis tendem a ser corrigidos pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP–M), outro indicador que mensura a inflação. Por conta disso, investir em fundos imobiliários focados em contratos de locação é uma alternativa de ter seus ganhos atrelados à inflação.

Eles funcionam de maneira semelhante a um condomínio. Você adquire cotas e participa de um fundo junto a outros investidores, com administração de um gestor profissional. Em fundos voltados para o aluguel, é possível ter uma renda passiva com dividendos, protegida da inflação.

O processo ocorre da seguinte forma: sempre que um contrato completa um ano, ele é revisado de forma automática.

O valor é ajustado de acordo com o índice previsto no contrato, que costuma ser o IGP–M. Assim, o locatário paga mais para morar no mesmo local.

Consequentemente, você, como investidor, tem seu capital protegido pelo reajuste. Outra vantagem dos fundos imobiliários é a isenção de IR no pagamento dos dividendos. Porém, há tributação na venda das cotas com lucro.

Fundos de inflação

Também existem fundos de investimento em renda fixa que podem ter como objetivo superar ou acompanhar a inflação. São aqueles que têm como benchmark o IPCA ou o IMA-B, um índice de mercado ANBIMA que representa o desempenho de uma carteira teórica de títulos públicos híbridos.

Nesses fundos, o gestor aplica em títulos atrelados à inflação,. Em relação ao IMA-B, vale saber que ele conta com duas divisões que podem ser utilizadas como benchmark nos fundos.

São elas:

IMA-B 5: abrange os papéis com prazo máximo de cinco anos;
IMA-B 5+: envolve os títulos com mais de cinco anos.
Por suas características, o IMA-B representa o rendimento dos títulos do Tesouro IPCA+ e deve ser consultado ao optar por fundos de investimento desse tipo.
 

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