O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou, nesta sexta-feira (18), o Indicador Ipea de Consumo Aparente de Bens Industriais, que registrou alta de 1,7% em junho, na comparação com maio de 2023. Com esse resultado, o indicador encerrou o trimestre móvel de abril a junho com uma alta de 3%, na margem.
O consumo aparente de bens industriais é definido como a parcela da produção industrial doméstica destinada ao mercado interno, acrescida das importações. Entre os seus componentes, a produção interna destinada ao mercado nacional (bens nacionais) avançou 2,1% em junho e as importações de bens industriais tiveram alta de 1,2% no mês.
Na comparação com o mesmo período de 2022, ocorreram recuos de 0,4% do indicador mensal de junho e de 1,4% no trimestre móvel encerrado no referido mês. A demanda por bens industriais retrocedeu 0,5% no acumulado em doze meses até junho, corroborando o cenário de estagnação apontado pela Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PIM-PF/IBGE).
Com relação às classes de produção, o segmento da indústria extrativa foi um dos responsáveis pela alta registrada na demanda por bens industriais, tanto no mês de junho, quanto no trimestre móvel. Já a indústria de transformação registrou avanço de 0,7% na margem, devolvendo parte da queda observada em maio. Com isso, o setor obteve o segundo crescimento consecutivo no trimestre móvel, com alta de 2,1%. Na comparação interanual, os resultados foram negativos.
A comparação dessazonalizada das grandes categorias econômicas aponta o desempenho positivo da demanda por bens intermediários e por bens de capital em junho, com avanço de 1,2% e 0,3%, respectivamente. O destaque negativo ficou por conta do segmento de bens de consumo duráveis, com queda de 6,3% na margem.
Doze dos 22 segmentos da indústria de transformação tiveram desempenho positivo frente a maio. Entre os que possuem peso relevante, os principais avanços ficaram por conta dos segmentos vestuário, produtos de madeira e metalurgia com altas de 7,1%, 4,3% e 3,7% na margem, respectivamente. Em relação ao trimestre móvel, dezoito segmentos registraram crescimento na comparação dessazonalizada, com destaque para o consumo aparente de metalurgia (7%) e derivados de petróleo e de biocombustíveis (6,6%). Por fim, na comparação com o mesmo mês de 2022, nove segmentos avançaram em junho: novamente, metalurgia e derivados de petróleo e de biocombustíveis se destacaram, com altas de 8,5% e 6,5%, nesta ordem.