SÃO PAULO, SP, E RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Motor da economia brasileira, o consumo das famílias cresceu (0,9%) no terceiro trimestre de 2021, em relação aos três meses anteriores, após queda de 0,2% no trimestre anterior. O dado foi divulgado nesta quinta-feira (2) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O consumo das famílias é o principal componente do PIB (Produto Interno Bruto) sob a ótica da demanda, respondendo por cerca de 60% do cálculo do indicador.
O aumento da inflação, a alta dos juros e a redução da renda do trabalho estão entre os fatores que reduziram o poder de compra dos brasileiros no período.
O IBGE também informou nesta quinta, na divulgação do PIB, que os investimentos produtivos na economia brasileira, medidos pelo indicador FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo), caíram 0,1% no trimestre, segunda queda consecutiva.
O PIB sob a ótica da demanda contempla ainda exportações, importações e consumo do governo.
As exportações recuaram 9,8% entre julho e setembro, em relação ao trimestre anterior. As importações tiveram queda de 8,3% no trimestre.
“A balança de bens e serviços negativa acabou puxando a variação do PIB para baixo na comparação com o trimestre anterior. Cabe destacar, no entanto, que na comparação interanual, ambas as atividades tiveram alta acentuada, muito por conta da retomada do turismo internacional, mas a contribuição ao crescimento ainda ficou negativa, já que as importações (20,6%) superaram em muito as exportações (4,0%)”, afirma a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
Por fim, o consumo do governo cresceu 0,8% no mesmo período.
Na comparação com o mesmo período de 2020, a despesa de consumo das famílias registrou resultado positivo pelo segundo trimestre seguido (4,2%), influenciada pelo aumento na ocupação no mercado de trabalho, pela expansão do crédito a pessoas físicas e pelo avanço da vacinação, segundo o IBGE.
O investimento cresceu 18,8% na mesma comparação. “A magnitude desse resultado é justificada pela alta na produção e importação de bens de capital, assim como pelo crescimento na construção”, diz o IBGE.