Consumo e investimento tonificam PIB de novembro, diz FGV

O indicador atinge a maior taxa desde julho de 2020.

O Monitor do PIB, calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) revelou nesta quarta-feira (19) uma alta de 1,8% na atividade econômica mensal do país em novembro, atingindo a maior taxa desde julho de 2020, quando registrou avanço de 3,2%.

No mês anterior, o medidor havia registrado queda de 1,3%. No entanto, esse aumento detectado na economia brasileira na leitura do indicador não é sustentável, nas palavras de Claudio Considera, economista da fundação responsável pelo índice.

Esse aumento foi puxado por aspectos como alta de consumo das famílias, impulsionada por demanda reprimida por serviços, em meio à pandemia; e aumento de investimentos, influenciado por efeito estatístico em mudança de cálculo desse indicador. 

De acordo com o especialista, esses dois fatores não são sustentáveis em longo prazo. Para o técnico, o contexto atual de renda reduzida do trabalhador, sem sinais de recuperação até o momento, inibe continuidade em prazo mais prolongado de alta do consumo das famílias, necessária para retomada da economia brasileira, completou.

O economista destaca que a ausência de retomada da renda ainda ocorre em um ambiente com inflação em alta, o que inibe poder aquisitivo e, por consequência, reação do consumo das famílias. “Tem uma quantidade muito grande de pessoas que estão perdendo poder de compra por causa da inflação; e um número grande de desempregados”, alertou.