O consumo das famílias brasileiras avançou 4,2% em abril na comparação com o mês anterior, segundo levantamento divulgado nesta quarta-feira (8) pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a alta foi de 7,37%.
Nos quatro primeiros meses do ano, a alta foi de 2,5% em relação ao mesmo período de 2021. A previsão da Abras é que o consumo das famílias tenha crescimento de 2,8% neste ano.
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Marcio Milan, vice-presidente Administrativo e Institucional da Abras, afirmou que os resultados indicam que há crescimento consistente no consumo nestes primeiros meses do ano. “Mostra estabilidade no consumo nos meses de fevereiro, março e abril”, apontou.
Os 35 produtos mais consumidos em supermercados, que compõem a cesta analisada, registraram alta de 8,31% nos quatro primeiros meses do ano em relação ao ano passado. No acumulado de 12 meses, os preços avançaram 17,87%.
As maiores altas foram decorrentes do leite longa vida, que subiu 22,35% em um ano, o leite de soja (20,38%), o feijão (19,71%) e a farinha de trigo (15,45%). Segundo Milan, a alta dos preços é decorrente das contínuas pressões inflacionárias, causadas pelo aumento dos custos com energia e pela guerra na Ucrânia.
Milan defende a necessidade de reduzir os impostos para conter a alta inflacionária. “Pelo meno um período de corte desses impostos. Um esforço do governo federal, estadual, municipal no sentido de criar alternativas para a gente ter uma cesta básica desonerada”, disse.
Endividamento das famílias recua em maio
Junto da expansão do consumo, houve também diminuição no percentual de famílias endividadas no Brasil. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (CNC), divulgada na última terça-feira (7), o índice caiu de 77,7% em abril para 7,4% em maio.
O resultado interrompeu três meses consecutivos de altas. No entanto, mesmo com a queda, a taxa ainda é superior à de maio do ano passado, quando registrou 68% das famílias endividadas.
O número de famílias que não terão condições de pagar suas contas em atraso também caiu de 10,9% para 10,8%. Em maio de 2021, a porcentagem era de 10,5%. O tipo de dívida mais comum segue sendo o cartão de crédito. 88,5% das famílias possuem dívidas desse tipo.
Assim como o consumo das famílias, a parcela de inadimplentes, aqueles que têm contas ou dívidas em atraso, também avançou em maio. O índice chegou a 28,7% das famílias, sendo que porcentagem é um pouco mais alta do que o registrado em abril, de 28,6%