Política monetária

Copom decide manter Selic em 15% ao ano

A decisão confirma o fim do ciclo de aperto monetário, após sete aumentos consecutivos

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) decidiu por unanimidade nesta quarta-feira (30) manter a taxa Selic em 15% ao ano, após um ciclo de sete aumentos consecutivos, confirmando o fim do aperto monetário.

De setembro de 2024 até a reunião anterior, em junho, o BC aumentou a Selic em 4,50 pontos, o segundo maior ciclo de alta dos últimos 20 anos, perdendo apenas para a alta de 11,75 pontos entre março de 2021 e agosto de 2022, que ocorreu após o fim da pandemia.

A taxa de juros a 15% ao ano ficará vigente pelos próximos 45 dias, e a próxima reunião do comitê está prevista para ocorrer nos dias 16 e 17 de setembro.

A decisão vem em um cenário de inflação ainda pressionada, com incertezas fiscais e risco de choques externos, como o impacto das tarifas anunciadas pelos EUA sobre produtos brasileiros, previstas para entrar em vigor nesta sexta-feira (1º).

Consenso do mercado: estabilidade da Selic

A manutenção da Selic em 15% era amplamente esperada por agentes financeiros.

Para os próximos meses, o discurso do Copom tende a seguir neutro, com ênfase no compromisso com a meta de inflação e na “dependência de dados” para futuras decisões.

Decisão do Comitê

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo principal é conter a demanda aquecida da economia. 

Juros mais altos encarecem o crédito, tornando empréstimos e financiamentos mais caros para consumidores e empresas, e ao mesmo tempo estimulam a poupança, reduzindo o consumo. No entanto, acaba dificultando a expansão econômica do país.

Isso ajuda a controlar a inflação, que, no momento, segue acima do teto da meta estabelecida para 2025.

Cautela em meio a incertezas externas

A decisão do Copom também leva em conta o ambiente externo desafiador.

O mercado acompanha com atenção a imposição de tarifas de até 50% por parte dos EUA sobre produtos brasileiros, o que poderia afetar a balança comercial e pressionar os preços internos.

Internamente, o avanço dos gastos públicos e o cenário fiscal indefinido também são fatores de preocupação.