Política monetária

Copom deve elevar Selic para ancorar expectativas, diz ministro

Na avaliação do ministro Renan Filho, a provável decisão do Copom deve auxiliar na atratividade de investimentos

Foto: Copom/Reprodução
Foto: Copom/Reprodução

O ministro dos Transportes, Renan Filho, avaliou que a manutenção da taxa de juros pelo Copom (Comitê de Política Monetária) em um patamar mais elevado no curto prazo é necessária para ancorar as expectativas.

A declaração vem um dia antes de ser divulgada a decisão do colegiado do BC (Banco Central) sobre a Selic (taxa básica de juros).

O ministro espera que o Copom eleve a Selic nas próximas três reuniões, como uma manobra para a inflação para a meta de 3%, para que a taxa entre em trajetória de queda até 2026, último ano do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“O que a taxa de juros faz, quando ela é elevada no país, é reduzir a atratividade. Na minha cabeça, o ideal é aumentar a taxa de juros, estabilizar expectativas, inflação na meta para voltar a cair a taxa de juros até 2026. É para isso que eu torço. Estou preparado para trabalhar nesta direção”, disse o ministro a jornalistas nesta terça-feira (28).

Na avaliação de Renan Filho, a atratividade da carteira de concessões rodoviárias anunciada pelo governo federal terá uma ampliação a partir da ancoragem das expectativas. Além disso, para ele os leilões mantêm a sua atratividade, apesar da taxa básica de juros elevada.

“Mesmo com essa subida de juros, conhecida por todos do mercado, […] a nossa carteira mantém a atratividade. É claro que quanto menor a taxa de juros, melhor fica a atratividade”, afirmou.

Copom tem 1ª reunião sob comando de Galípolo

Nesta terça-feira (28) o Copom (Comitê de Política Monetária) dá início a sua primeira reunião do ano. Sob a liderança do novo presidente, Gabriel Galípolo, a diretoria do BC vai definir o novo patamar da taxa básica de juros, Selic.

A expectativa do mercado é de aumento da taxa em 1 p.p atingindo, marcando 13,25% ao ano na quarta alta de juros consecutiva pelo Copom. Após permanecer em 10,5% ao ano entre junho e agosto de 2024, a Selic voltou a subir em setembro, com aumentos sucessivos.

O crescimento do dólar e a inflação dos alimentos aumentam as chances de um novo ajuste. Em comunicado divulgado após última reunião, o Copom indicou intenção de elevar os juros na reunião desta semana e da próxima.