O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) comunicou, em ata na manhã desta terça-feira (8), que irá perseverar sua estratégia de elevação da taxa básica de juros, até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de sua meta.
De acordo com a análise da autarquia monetária brasileira, o relatório que se refere a última reunião do Copom, encerrada na quarta-feira (2) passada e que elevou a Selic para 10,75% ao ano, afirma que o aumento está em linha com o cenário de altas nas metas inflacionárias. Em sua avaliação, aumentar a taxa básica para 1,50 PP reflete o cenário de referência e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação.
“Elevação é compatível com a convergência da inflação para as metas ao longo do horizonte relevante, que inclui os anos de 2022 e, em grau maior, de 2023”, afirma o documento.
O patamar fixado pelo Copom veio em linha com as expectativas de especialistas. Segundo o relatório Focus da segunda-feira (31), analistas do mercado financeiro já esperavam a decisão ocasionando o oitavo aumento seguido. Com isso, o juro básico atinge um patamar acima de 10% pela primeira vez em quatro anos e meio.
Com o reajuste, o ciclo atual encontra-se no mais intenso desde 1999. Na época, em meio à crise cambial, o BC aumentou a Selic em 20 pontos porcentuais de uma vez só. Os investidores devem, agora, ficar atentos às possíveis sinalizações por movimentos menos intensos na luta da autarquia para controlar a pior escalada da inflação dos últimos anos. Ainda segundo a ata, o Copom considera ser apropriado que o ciclo de aperto monetário avance significativamente para território contracionista.