
Na reunião realizada nesta quarta-feira (19), o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) decidiu elevar a Selic (taxa básica de juros) em 1 ponto percentual, levando os juros brasileiros a 14,25% ao ano, como já estava precificado. Este é o maior nível do índice desde 2016.
Novamente, como tem sido desde a reunião de junho do ano passado, a decisão foi unânime, e reforçou para o mercado financeiro o compromisso dos membros do Copom em perseguir a meta inflacionária estabelecida, de 3%.
Esta foi a primeira reunião do colegiado sob o comando de Gabriel Galípolo, novo presidente do BC (Banco Central). No entanto, a decisão de elevar a Selic em 1 p.p. – tanto nesta quanto na reunião de janeiro – já havia sido precificada ao fim da gestão de Roberto Campos Neto.
A política monetária vem em rota de aperto desde setembro, quando o colegiado voltou a elevar a taxa.
As expectativas, na verdade, estavam em torno do tom e das indicações que o Copom faria em seu comunicado, passado o período do guidance estabelecido na gestão Campos Neto, e entrando, a partir das próximas reuniões, em um momento totalmente conduzido por Galípolo e os novos diretores indicados pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Como foi o comunicado do Copom?
A projeção mais esperado pelo mercado, sobre quais devem ser os próximos movimentos do colegiado, confirmaram que as próximas elevações da Selic devem vir em ritmo menor.
“Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, da elevada incerteza e das defasagens inerentes ao ciclo de aperto monetário em curso, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de menor magnitude na próxima reunião”, consta no comunicado.
O Comitê reforçou que a desancoragem adicional das expectativas de inflação, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho estão marcando o cenário mais recente e exigindo uma política monetária mais contracionista.
“Para além da próxima reunião, o Comitê reforça que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária”, escreveu o colegiado.