O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) concluiu nesta quarta-feira (16) a reunião que definiu o aumento da taxa básica de juros. A Selic avança com um acréscimo de 1 ponto percentual, passando de 10,75% para 11,75% ao ano, assim como previsto pelo mercado financeiro.
Desta forma, os juros básicos atingem o maior patamar desde abril de 2017, quando a taxa estava em 12,25% e também registram sua nona alta consecutiva neste ciclo de alta de juros, que começou em março de 2021, com a Selic na mínima histórica de 2%, acumulando 9,75 pontos de ajuste.
Ao fim da segunda reunião seguida do Copom, o resultado de alta constata um ano do atual ciclo de alta dos juros. O processo de elevação da taxa Selic teve início em março do ano passado.
Para 2022, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo (ou seja, o limite inferior é 2% e o superior, 5%. Os analistas de mercado consideram que o teto da meta será estourado pelo segundo ano consecutivo.
Anteriormente, em fevereiro, a Selic foi elevada em 1,50 ponto porcentual e o BC indicou a intenção de reduzir o ritmo de alta dos juros básicos. No entanto, a reviravolta causada pela invasão da Ucrânia pela Rússia, com impacto nos preços de commodities, provocou nova rodada de piora das projeções de inflação em 2022, respingando em 2023, foco principal da política monetária, que vem se afastando do centro da meta (3,25%).
A última vez que houve nove aumentos seguidos (completando um ano de aperto) ocorreu entre abril de 2013 e abril 2014, embora no período, o avanço tenha sido mais modesto (de 7,25% para 11,00%, ou 3,75 pontos porcentuais).