Copom eleva taxa básica de juros para 10,75% ao ano

O patamar veio em linha com as expectativas de especialistas.

O Comitê de Política Monetária (Copom), juntamente com o Banco Central do Brasil (BC), anunciaram no fim de tarde desta quarta-feira (2) a tão aguardada nova taxa básica de juros, que ficou em 10,75%, após elevação de 1,5 ponto percentual. O patamar veio em linha com as expectativas de especialistas. Segundo o relatório Focus desta segunda (31), analistas do mercado financeiro já esperavam a decisão ocasionando o oitavo aumento seguido. Com isso, o juro básico atinge um patamar acima de 10% pela primeira vez em quatro anos e meio.

Com o reajuste, o ciclo atual encontra-se no mais intenso desde 1999. Na época, em meio à crise cambial, o BC aumentou a Selic em 20 pontos porcentuais de uma vez só. Os investidores devem, agora, ficar atentos às possíveis sinalizações por movimentos menos intensos na luta da autarquia para controlar a pior escalada da inflação dos últimos anos.

A taxa havia sido elevada pela primeira vez em março de 2021 após seis anos, passando de 2% para 2,75% ao ano. O reajuste realizado no início do ano passado foi o primeiro de acréscimo feito desde julho de 2015, quando a taxa estava em 14,25% ao ano e ocorreram cortes contínuos, até que o percentual chegou, em 2020, ao menor já registrado na história, de 2%.

Como a taxa Selic é definida
A Selic é o principal instrumento da autarquia monetária brasileira para controlar a elevação de preços. Em uma lógica simples, o BC utiliza a taxa básica de juros a fim de fiscalizar o cenário inflacionário braisliero: quando a inflação está alta, o BC eleva a Selic quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas, o Banco Central reduz a Selic.

Uma taxa básica de juros elevada reflete em taxas bancárias mais elevadas; redução de poder compra e consequentemente redução no consumo da população; além de gerar uma despesa adicional com juros da dívida pública.

Em 2022, a meta central de inflação é de 3,5% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%. O mercado financeiro, porém, já prevê a inflação acima dos 5% ao final deste ano. Enquanto que para 2023, o mercado financeiro elevou de 3,40% para 3,50% a estimativa de inflação.

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