O Banco Central publicou a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada na quarta-feira passada (31). No relatório, a instituição afirmou que o comitê “analisou diversos cenários prospectivos, delineados por diferentes tendências domésticas e internacionais”, e todos os membros concordaram de forma unânime com a expectativa de cortes de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic) nas próximas reuniões.
Ainda de acordo com a ata, o BC destaca que o ritmo de cortes adotado está de acordo com o compromisso com a “reancoragem das expectativas” e a “dinâmica desinflacionária”.
Anteriormente, a autarquia brasileira havia decidido, pela quinta vez consecutiva, cortar a meta para a taxa básica de juros (Selic) em meio ponto, a 11,25% ao ano.
Comitê vê sinais de atenuação da desaceleração da atividade
No Brasil, a inflação ao consumidor continua seguindo a tendência esperada de desaceleração, enquanto a atividade econômica nacional mostra sinais de desaceleração conforme previsto pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil. Entretanto, há fatores que sugerem uma possível moderação dessa desaceleração nos próximos meses, justificando a adoção de uma postura cautelosa. Essa análise está refletida na ata da reunião do Copom realizada em 31 de janeiro e divulgada nesta terça-feira (6).
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Conforme destacado no documento, o ritmo da atividade econômica pode ser influenciado pelo aumento da renda das famílias, decorrente do aumento do salário mínimo, dos benefícios sociais e de um mercado de trabalho mais robusto. Os membros do Copom mencionaram que alguns indicadores de frequência elevada corroboram essa interpretação.
“Todos os membros do Comitê, no entanto, concordaram que o cenário-base do Comitê segue sendo de desaceleração gradual do crescimento econômico, com resiliência no consumo das famílias e menor dinamismo na formação bruta de capital fixo. Em suma, os dados de atividade divulgados desde a última reunião corroboram o cenário delineado pelo Copom e não houve alteração substancial sobre o cenário de crescimento”, pondera a ata.
Em relação ao panorama global, observa-se que o contexto internacional permanece instável, caracterizado por contínuas tensões geopolíticas e pela discussão em torno do início do afrouxamento da política monetária nas principais economias.
Entretanto, o Comitê ressalta no documento da ata que não há uma relação direta entre a condução da política monetária dos Estados Unidos e a definição da taxa básica de juros nacional.
