Fim do ciclo de cortes

Copom: sem surpresas, BC mantém Selic em 10,50%

O anúncio do Copom põe fim ao ciclo de cortes observado desde agosto de 2023; decisão foi unânime

Copom
Foto: Divulgação

Os membros do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) decidiram manter a taxa de juros básica do Brasil, a Selic, em 10,50% a.a. A decisão foi unânime entre os membros do Comitê.

O anúncio do Copom, que põe fim ao ciclo de cortes observado desde agosto de 2023, ocorreu após o fechamento do mercado, nesta quarta-feira (19).

Na decisão, o Comitê citou que o cenário externo mostra uma incerteza “elevada e persistente” quanto à política monetária, com os bancos centrais ao redor do mundo “determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho”.

No cenário de referância, a projeção do Copom para a inflação em 2024 e 2025 é de 4,0% e 3,4%, respectivamente.

“O principal fator para essa manutenção é a deterioração das expectativas de inflação, especialmente para 2025, que é o horizonte relevante para a política monetária”, disse Gabriel Carris, analista da Aware Investments.

Mesmo dentro das expectativas do mercado, Felipe Queiroz, Economista-chefe da APAS (Associação Paulista de Supermercados) e pesquisador da Unicamp, reitera que a decisão acende um alerta quanto aos efeitos da manutenção da Selic nesse patamar sobre o nível de atividade doméstica.

“Já era uma decisão aguardada pelo mercado, porém o que estamos observando é que ela pode produzir um efeito negativo, especialmente sobre o consumo das famílias, tendo em vista que nós atualmente temos uma das maiores taxas reais de juros do mundo”, afirmou.

Mercado projetava resultado do Copom sob influência dos EUA

Ao BP Money, especialistas já havia alertado que os dados do mercado de trabalho nos EUA e o IPCA carimbaram o fim do corte de juros nestê mês.

“Na ata da última reunião e em declaração de Roberto Campos Neto, há menções sobre a possibilidade do mercado de trabalho aquecido impulsionar a inflação de serviços. Com o fim do forward guidance na última reunião e a sinalização de que as próximas decisões serão baseadas em dados, o IPCA de maio deve reforçar o tom hawkish do comunicado e da ata”, apontou Leandro Manzoni, analista de economia do Investing.com.

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