Nesta terça-feira (28) o Copom (Comitê de Política Monetária) dá início a sua primeira reunião do ano. Sob a liderança do novo presidente, Gabriel Galípolo, a diretoria do BC vai definir o novo patamar da taxa básica de juros, Selic.
A expectativa do mercado é de aumento da taxa em 1p.p atingindo a marca de 13,25% ao ano na quarta alta de juros consecutiva. Após permanecer em 10,5% ao ano entre junho e agosto de 2024, a Selic voltou a subir em setembro, com aumentos sucessivos.
O crescimento do dólar e a inflação dos alimentos aumentam as chances de um novo ajuste. Em comunicado divulgado após última reunião, o Copom indicou intenção de elevar os juros na reunião desta semana e da próxima.
Projeções
Como apurou o portal Veja, em 2024, a inflação furou o teto da meta de 4,5% no Brasil, atingindo 4,83%. De acordo com o presidente do BC, a influência do dólar, a alta dos preços dos alimentos e as mudanças climáticas foram alguns dos fatores que pressionaram a inflação no Brasil.
As projeções indicam novo estouro neste ano. Analistas consultados pelo BC estimam que o IPCA encerre o ano em 5,5%, 1 ponto percentual acima do limite de tolerância da meta de 3% estipulada para o ano.
“A magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, diz o comunicado.
Galípolo: a barra é alta para mudar ‘guidance’ do Copom
O diretor de política monetária e futuro presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, afirmou que a sinalização de mais duas altas de 1 ponto percentual nas próximas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária) foi “bastante corajoso” visando a materialização dos riscos. Além disso, “a barra é muito alta para qualquer tipo de mudança” nesse guidance.
“Temos clareza para onde estamos indo, dando o passo que demos. Eu acho que já foi bastante corajoso a partir da materialização dos riscos poder fazer essa sinalização para mais duas reuniões para frente. O que vai acontecer dali pra frente, acho que a gente vai ter que aguardar”, disse Galípolo.
Durante entrevista coletiva para comentar sobre o RTI (Relatório Trimestral de Inflação), o diretor do BC afirmou que a materialização de alguns riscos tirou incertezas sobre os juros e permitiu que o Copom oferecesse um “guidance”. A direção clara, segundo ele, é de caminhar para uma taxa de juros em “patamar restritivo com alguma segurança”.
“Vocês sabem que eu sou bem apegado a guidance. Então acho que a barra é alta, a barra é alta para gente fazer qualquer tipo de mudança no guidance”, disse.