Economia

Cortes de juros nos EUA ainda "estão distantes", avalia BofA

Segundo economistas do banco, embora a desaceleração do CPI seja um bom sinal, não é suficiente para fazer o Fed reduzir os juros

Corte de juros "ainda estão distantes", avalia BofA
Corte de juros "ainda estão distantes", avalia BofA / Foto: Freepik

Embora a desaceleração da inflação ao consumidor seja um bom sinal, não é suficiente para fazer o Fed (Federal Reserve) cortar os juros nos EUA, avaliam economistas do BofA (Bank Of America).

“A inflação pode estar rígida, mas não está se reacelerando. O Fed deve se confortar com os dados de preços de abril, mas a inflação de serviços ainda está acima da meta. A barreira para aumentos [de juros] é alta, mas os cortes ainda estão distantes”, informam, em referência ao CPI (índice de preços ao consumidor).

O índice avançou 0,3%, em comparação com a alta de 0,4% registrada em março. Em relação ao mesmo período do ano anterior, a inflação ficou em 3,4%, abaixo dos 3,5% do mês anterior.

Esses números ficaram aquém das expectativas, visto que os analistas do consenso LSEG projetavam uma variação mensal de 0,4% e uma inflação anual de 3,4%.

Em relação aos dados sobre vendas do varejo, o BofA diz que “a volatilidade nas vendas do setor injetou ruído no varejo em março e abril. Excluindo essa categoria, o sinal é de um crescimento moderado nos gastos do consumidor”.

As vendas do setor permaneceram estáveis em abril, após superarem as expectativas de especialistas em março, com crescimento de 0,6%, ligeiramente revisado para baixo.

Considerança a avaliação do próprio Fed, que afirmou que o CPI mais fraco é positivo, mas insuficiente para corte de juros, o banco destaca que a inflação mais fraca liderada por preços de bens não é suficiente diante dos preços mais caros de serviços e do setor imobiliário.

“Em nossa previsão, a inflação de residências desacelera de sua atual taxa mensal de 0,4% para 0,3% no final deste ano. Uma inflação um pouco mais baixa no setor provavelmente daria ao Fed mais confiança de que a inflação está de fato convergindo para [a meta de] 2%. Continuamos a esperar o primeiro corte de juros em dezembro”, completam os economistas.